SOS CANGUARETAMA

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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A AÇÃO DEVERIA SER MOVIDA CONTRA A GOVERNADORA

Foto: Dr.Jeancarlo Fernandes 

Sesap estuda ação contra médico

A Secretaria Estadual de Saúde estuda enviar uma representação ao Conselho Federal de Medicina contra o atual presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte, Jeancarlo Cavalcante, por conta da gravação divulgada em rede nacional onde um paciente é mostrado em meio a uma cirurgia. No vídeo, o presidente do Cremern denuncia a falta de fio cirúrgico para "fechar o paciente". "Um representante de um órgão fiscalizador, como é o Conselho de Medicina, não poderia jamais expor um paciente daquela forma. O jurídico está estudando a representação", disse o secretário estadual de Saúde, Isaú Gerino.
O vídeo foi divulgado pelo Jornal Hoje, da Rede Globo, na tarde de ontem. Jeancarlo Cavalcante diz durante a gravação: "O paciente está aberto e não tenho como fechar. O Walfredo Gurgel não tem fio de aço". A imagem do tórax do paciente aparece desfocada. Mesmo assim, a Secretaria de Saúde considerou o episódio como um "deslize ético". "Não é legal", limitou-se a dizer o secretário estadual de Saúde, Isaú Gerino.
Ontem no início da noite, ouvida pela TRIBUNA DO NORTE, a governadora Rosalba Ciarlini afirmou que ficou chocada com a filmagem. "Achei antiético o profissional parar a cirurgia para fazer uma filmagem. Se não tinha o fio de aço porque então começou a cirurgia", criticou Rosalba Ciarlini. A governadora disse que essas denúncias estão acontecendo em represália à decisão do governo de cobrar o cumprimento da carga horária. "Mas todo funcionário", retrucou ela, "tem que de cumprir sua carga horária. Se não concordam com o salário e se não querem cumprir horário, podem sair", disse a governadora. 
A Sesap questiona o conteúdo da denúncia. Para o secretário, seria possível terminar a cirurgia utilizando um outro fio, que não o fio de aço. "Acho que eu ensinei errado. Eu fui professor do presidente do Conselho de Medicina na residência. Ele deve ter faltado essa aula", disse Isaú. E complementou: "Qualquer cirurgião sabe que é até melhor fechar com um outro material, o fio prolene. Ele (Jeancarlo cavalcante) disse que queria marcar uma reunião comigo e talvez aí eu possa ensiná-lo novamente, para ver se ele relembra".
A governadora também estranhou o fato do médico usar fio de aço na cirurgia, quando, segundo disse, existem técnicas mais adequadas. Isaú Gerino completou: "o que acontece é que estamos presenciando um embate político entre médicos e gestão. Por isso acontecem esses fatos", disse ele.
De acordo com o secretário, o nível de abastecimento dos hospitais da rede pública tem melhorado. "Quando assumimos o nível de abastecimento era baixo, mas hoje no Walfredo é cerca de 60% ou 70%. Já em outros hospitais como o Santa Catarina está em 95%", diz. Para Isaú Gerino, o mais adequado é continuar trabalhando junto aos diretores de hospitais para conservar o abastecimento das unidades em níveis aceitáveis.
A reportagem da TRIBUNA DO NORTE falou com o presidente do Conselho Regional de Medicina, Jeancarlo Cavalcante, acerca das declarações do secretário de Saúde. Jeancarlo disse que a Sesap "tem o direito de fazer a representação, caso acredite ser a decisão correta". "Se isso acontecer, eu vou fazer a minha defesa. Não houve exposição. Preservei tanto visualmente quanto documentalmente a identidade do paciente. Nem mesmo o nome foi divulgado", argumentou o presidente do Cremern.
Acerca das demais considerações do secretário, Jeancarlo Cavalcante  disse que foi de fato aluno de Isaú Gerino. Mas negou que houvesse outra possibilidade para "fechar o paciente". "Ele foi mesmo meu professor, mas de cirurgia geral. Minha especialidade é cirurgia torácica e não é possível fazer o procedimento sem fio de aço, porque naquele caso era preciso fechar o esterno (osso localizado no tórax) do paciente. Não sei se o secretário sabe que incisão foi feita. Mas qualquer cirurgião de tórax pode confirmar o que estou falando", replica o presidente do Cremern. Segundo Jeancarlo, foi necessário usar um fio inadequado no paciente e no outro dia uma nova cirurgia foi realizada para pôr o material correto. O procedimento aconteceu há cerca de duas semanas.
Fonte: http://tribunadonorte.com.br

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