Imagem meramente ilustrativa
Mortalidade infantil tem queda recorde
Rio (AE) - A taxa
de mortalidade infantil teve redução recorde na última década e chegou a 15,6
mortes de bebês de até um ano de idade por mil nascidos vivos, segundo dados do
Censo 2010 divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). O índice é 47,5% menor que os 29,7 por mil registrados em 2000.
Antes do período 2000-2010,
a maior queda tinha acontecido entre 1970 e 1980, quando
a taxa de mortalidade infantil caiu 39,3%, passando de 113 óbitos por mil
nascidos vivos para 69,1 por mil. Desde 1960 (131 mortes por mil nascidos
vivos) a 2010, a
redução foi de 88%.
Estimativas
da Rede Interagencial de Informações para a Saúde (Ripsa), que reúne
universidades e outras instituições de pesquisa, além de órgãos do governo como
Ministério da Saúde e o próprio IBGE, já indicavam havia alguns anos queda na
mortalidade infantil bem mais acentuada do que a registrada anualmente pelas
Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílio (Pnads). Com a divulgação do Censo
2010, os dados oficiais e as estimativas se aproximam.
Apesar dos avanços, o Brasil ainda está longe dos padrões dos países mais
desenvolvidos, de cinco mortes por mil nascidos vivos ou menos. As mais baixas
taxas de mortalidade, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), são da
Islândia, Cingapura e Japão, em torno de 3 mortes por mil nascidos vivos. A
menor taxa das Américas é de Cuba (5,1 mortes por mil nascidos vivos). Itália,
Portugal e Nova Zelândia têm índice de 5 mortes por mil. O Brasil continua
atrás da Argentina (13,4 por mil), Uruguai (13,1 por mil ) e Chile (7,2 por mil).
A taxa brasileira se equipara às da Moldávia (15,8 por mil) e da Síria (16 por
mil). Os piores índices são do Afeganistão (157 por mil) e Serra Leoa (160 por
mil).
No período de uma década, entre 2000 e 2010, o Nordeste teve a maior
redução na mortalidade infantil, entre todas as regiões, de 58,6%. Os índices
nordestinos caíram de 44,7 mortes por mil nascidos vivos para 18,5 por mil.
Continua a ser a região com a pior taxa, mas as diferenças entre as regiões
caíram significativamente. A taxa de mortalidade infantil no Norte, segundo o
Censo 2010, é de 18,1 mortes por mil nascidos vivos. O Centro-Oeste registrou
14,2 por mil; o Sudeste chegou a 13,1 por mil e o Sul continuou com a menor
taxa, de 12,6 por mil.
A queda significativa da mortalidade infantil é resultado de uma combinação de
fatores, segundo os técnicos do IBGE, como a redução da taxa de fecundidade
(número de filhos por mulher), a ampliação de políticas públicas de prevenção
em saúde, as melhorias no saneamento básico, o aumento da renda, especialmente
da população mais pobre, e maior escolaridade das mães. Por Estado, a taxa de
fecundidade só está acima da taxa de reposição nos Estados do Norte, mais
Maranhão, Alagoas, Mato Grosso. O Estado com menor taxa de fecundidade é São
Paulo, com 1,67.
Altos e baixos nos indicadores do RN
O detalhamento da mortalidade infantil nos Estados e municípios o IBGE só
divulga em junho, mas o acompanhamento feito pelo portal do Objetivo de
Desenvolvimento do Milênio, ligado à Organização das Nações Unidas (ONU) dá uma
ideia de como andam os índices no Rio Grande do Norte. Se aplicar o índice
nacional de redução da mortalidade, a taxa do Rio Grande do Norte cairia dos 47
bebês mortos por cada grupo de mil nascidos vivos para algo em torno de 22
quando o censo foi realizado em 2010.
O rastreamento dos indicadores sociais, feito pelo programa Metas de
Desenvolvimento do Milênio, mostra alta variabilidade em relação à taxa no Rio
Grande do Norte. Em alguns municípios consultados pela TN, como São Gonçalo do
Amarante, Parnamirim, Pau dos Ferros, a taxa está em queda. Em Santa Cruz houve
o chamado "efeito sanfona". A taxa que era de 11.8 em 2008 subiu para
24 no ano seguinte e caiu para 13.3 em 2010.
Em outros municípios, a taxa atingiu níveis de dez anos atrás. Em Jucurutu, a
mortalidade era de 19.8 em 2009 e subiu para 37.9 em 2010. Em Nísia Floresta, a
taxa que era de 8.2 em 2007 foi fazendo uma escalada ano a ano até chegar aos
32.9 em 2010. Mossoró tem a maior taxa entre os municípios com mais de 50 mil
habitantes. De acordo com o Portal ODM, em 2010, a taxa foi de 19.4.
No levantamento feito pela TN em 24 municípios, levando em conta o tamanho da
população e a importância econômica que ocupa no cenário norte-rio-grandense, o
menor índice foi o de São Gonçalo do Amarante, com taxa 6.5 e o maior o de
Jucurutu. Destaque também para Macaíba e Extremoz. A Grande Natal, onde se
concentram as melhores estruturas de saúde, tem as menores de taxas de
mortalidade.
Em Parnamirim, a mortalidade infantil teve queda de 60% na última década. O
município foi citado pela revista Veja em reportagem sobre as cidades de médio
porte brasileiro que conseguiram feitos importantes em várias áreas do
desenvolvimento econômico e social. "Nos três primeiros anos de nossa
administração, investimos R$ 193 milhões na saúde, um percentual de 46,19% da
receitas e impostos", disse o prefeito Maurício Marques. Com a ampliação
da Maternidade Divino Amor, inaugurada em setembro de 2008, o município passou
a oferecer uma melhor assistência às gestantes ao mesmo tempo em que ampliava
as ações preventivas. O porcentual de mulheres grávidas com sete ou mais
consultas do pré-natal chegou a 64,3%. As ações do programa Saúde da Família,
segundo o prefeito, foram decisivas também para o combate à desnutrição
infantil, que caiu para 1.35%.
Fonte: Tribuna do Norte
Nenhum comentário:
Postar um comentário