Após
atos, governo diz que país está longe de golpismo e promete medidas
Após os protestos contra a presidente Dilma Rousseff, que
reuniram mais de 1,7 milhão de pessoas por todo o país neste
domingo (15), segundo dados da Polícia Militar dos Estados, o governo disse que
o Brasil está longe do golpismo e prometeu lançar nos próximos dias medidas de
combate à corrupção e à impunidade.
"O Brasil está muito longe de golpismos. A expressão
efetiva da manifestação democrática de hoje e de todas as outras que ocorreram
ao logo desses dias revelam exatamente isso", disse o ministro da Justiça,
José Eduardo Cardozo, em entrevista coletiva convocada durante a tarde e
realizada no início da noite. "O governo está atento e revela a
disposição que sempre teve de ouvir as vozes das ruas, as manifestações de
brasileiros e brasileiras, e de estar aberto ao dialogo".
Durante o pronunciamento oficial do governo, foram registrados panelaços em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador
e Belo Horizonte (MG).
Os atos, segundo ele, comprovam o "desejo de todos os
brasileiros de combater a corrupção e a impunidade". Cardozo disse que o
governo também está engajado neste propósito e deve anunciar em breve um
conjunto de medidas contra a corrupção, mas sem dar detalhes.
A proposta, de acordo com o ministro, será enviada para o
Congresso antes do prazo prometido pela presidente Dilma durante campanha
eleitoral, que era de seis meses. "Há questões que exigem um pacto entre
poderes distintos", disse Cardoso ao justificar o porquê as medidas não
foram tomadas antes.
Cardozo disse ainda ser "indiscutível" a
necessidade de uma mudança no atual sistema político-eleitoral. "É a
porta de entrada principal para a corrupção", declarou ele, que
voltou a enfatizar a posição do governo a favor de uma reforma política.
"Não é mais possível financiamento empresarial de campanhas."
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel
Rossetto, que também participou da entrevista, disse que há uma
"inquietude" entre a população devido ao tempo entre o surgimento de
denúncias de corrupção na Petrobras e o julgamento das denúncias. "Ao
mesmo tempo em que a sociedade aguarda o julgamento dos casos denunciados, também
espera que sejam votadas normas que interrompam esse processo",
declarou.
"Esse governo combate a corrupção. O Executivo corrige
erros, quem julga são as polícias e o Poder Judiciário", acrescentou.
"Protestos
daqueles que não votaram na Dilma"
Tanto Rossetto como Cardoso classificaram os protestos como
"legítimos". O ministro da Secretaria-Geral da Presidência disse, no
entanto, que os atos partiram majoritariamente de um setor crítico ao governo
Dilma Rousseff e que não votou na presidente.
"As manifestações contrárias ao governo são legítimas.
O que não é legítimo é o golpismo, a intolerância, o impeachment infundado que
a agride a democracia", relatou ele, ao se referir indiretamente a uma das
principais reivindicações dos manifestantes.
Em um tom mais ameno, Cardoso ressaltou que o governo atua
em favor de todos os brasileiros, "dos que votaram ou não na
presidente". "O governo respeita as divergências para que possa
encontrar a melhor solução para todo o país e todos os brasileiros. Não há
democracia sem diálogo. Não há democracia sem tolerância de posições."
Fonte: http://noticias.uol.com.br/
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