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quarta-feira, 18 de março de 2015

O PROBLEMA DO BRASIL NÃO É A FALTA DE DINHEIRO, É O EXCESSO DE LADRÃO.

PF desbarata esquema que fraudava contratos da Caixa
Rio (AE) - Uma pessoa foi presa e quatro funcionários da Caixa Econômica Federal foram demitidos, após a Polícia Federal (PF) desbaratar ontem um esquema que fraudava contratos de financiamentos de imóveis em três agências bancárias no Rio e deu prejuízo de R$ 102 milhões ao banco.
O preso, considerado o principal operador da organização, não teve o nome revelado e foi detido por porte de arma de uso restrito, e não por causa da fraude. A organização foi alvo da Operação Dolos, deflagrada pela PF ainda de manhã, apreendendo 20 veículos e bloqueando “dezenas” de contas correntes, com o objetivo de reaver parte do dinheiro desviado.

Os R$ 102 milhões correspondem ao valor total de cerca de 100 operações de crédito imobiliário aprovadas pela Caixa de forma irregular, a maioria na Região dos Lagos, litoral norte do Rio. Os suspeitos, que atuavam com a ajuda de empregados do banco, desviavam o dinheiro dos financiamentos, sempre até R$ 1 milhão, usando documentos falsos. Em alguns casos, os imóveis nem sequer existiam.
O esquema funcionou de 2012 a 2014, quando começou a operação da PF, e envolvia todas as etapas da concessão de crédito. “A lógica do esquema era o imóvel de menor valor, ou inexistente, ser avaliado por preço de maior valor”, afirmou o delegado Fábio Mota, chefe da Delegacia Fazendária da PF no Rio.
Esquema
Segundo os investigadores, intermediários de candidatos a mutuários chegavam às agências da Caixa com o pedido de financiamento em nome de pessoas inexistentes (CPF e identidade falsos) ou com dados falsificados. Declarações de Imposto de Renda fraudadas usavam valores irreais para comprovar renda, como no caso do comissário de bordo com salário de R$ 42.900,00
Os documentos dos imóveis também eram falsificados, segundo o delegado federal Rafael Andreata, chefe da operação. Em alguns casos, foram criados registros de imóveis inexistentes. Em outros, a avaliação era inflada em relação ao preço de mercado - segundo a PF, houve casos de sobreavaliação de 1.000%.
Em todos os casos, os recursos da Caixa eram desviados, em vez de financiarem a compra dos imóveis. A PF apura o envolvimento de intermediários, imobiliárias, compradores e vendedores, além dos funcionários da Caixa, responsáveis por aceitar documentos fora das normas. Os financiamentos eram aprovados em menos de quatro dias, quando o normal é a análise durar um mês.
Ainda assim, segundo Andreata, não está descartado o envolvimento de “terceiros de boa-fé”, ou seja, supostos compradores ou vendedores de imóveis que não sabiam do esquema. As investigações prosseguem e um dos investigados está negociando um acordo de delação premiada. Dos 34 investigados, 29 são de seis cidades no Rio. Os demais são de São Paulo e Minas Gerais e trabalham como terceirizados da Caixa. 
Além disso, a concentração de pedidos de financiamento para imóveis na Região dos Lagos nas três agências chamou a atenção dos controles internos da Caixa, que acionou a PF. “Nossos controles internos foram efetivos, auxiliaram nesse início do processo”, afirmou José Domingos Martins, superintendente da Caixa no Rio. Ele disse que os controles serão intensificados.

Fonte: http://tribunadonorte.com.br/

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