Facebook agora quer os números
do seu cartão de crédito para transações
Hoje são feitas mais de 1
milhão de transações financeiras por dia através do Facebook
Quando pagou US$
22 bilhões pelo WhatsApp, o Facebook não estava atrás apenas do app de
mensagens instantâneas mais popular do mundo, mas dos números celulares de
centenas de milhões de pessoas, informação valiosíssima e que poderia ser
cruzada com o próprio banco de dados da rede social.
Agora,
a empresa de Mark Zuckerberg vai acrescentar mais um campo importante ao seu
banco de dados: os números de cartão de débito de seus usuários.
O
Facebook anunciou esta semana que vai incluir no Messenger, seu serviço de
mensagens instantâneas, a funcionalidade de transferência financeira entre
pessoas físicas.
A
novidade chegará primeiro para os usuários norte-americanos ao longo dos
próximos meses e depois será exportada a outros mercados cuja lista ainda não
foi divulgada.
Para
enviar e receber dinheiro, as pessoas precisarão informar o número de seu
cartão de débito (não funciona por enquanto com cartão de crédito e nem
PayPal).
Haverá
um botão com o símbolo do cifrão dentro de cada conversa particular, para a
realização de transferências. O serviço será para uso pessoal, não para
negócios. O usuário poderá definir uma senha própria para sua utilização.
A
novidade estará disponível nas versões Android e iOS do app do Messenger. Nesta
última, será possível adotar a impressão digital (Touch ID) como forma de
autenticação. Não haverá cobrança pelas transferências: o serviço será
gratuito.
A
compensação acontecerá dentro de três dias úteis.
Em
seu comunicado oficial, o Facebook ressalta que tem experiência desde 2007 em
garantir a segurança de transações financeiras digitais, por conta das
parcerias com jogos dentro da rede social e também com a venda de anúncios.
Hoje
são feitas mais de 1 milhão de transações financeiras por dia através do
Facebook.
Análise
O
Messenger não é o primeiro app de mensagens instantâneas a incluir
transferência de valores entre seus usuários. A moda começou na Ásia, com os
concorrentes Line e WeChat. Recentemente, o norte-americano Snapchat anunciou o
mesmo.
Mas
como o Facebook vai rentabilizar esse serviço se não há cobrança pelas
transferências?
A
partir do momento em que muita gente tiver seus dados bancários registrados na
rede social, a empresa poderá começar a oferecer a venda de produtos, digitais
ou físicos, dela ou de terceiros, tendo o Messenger Payments como forma de
pagamento.
E,
aí sim, poderá cobrar uma taxa pela intermediação da transação para terceiros,
tal como fazem diversas outras empresas de processamento de pagamentos na
Internet hoje em dia, com a diferença de a compra acontecer dentro da maior
rede social do mundo, o que talvez confira uma sensação maior de segurança para
o consumidor.
Outra
vantagem para o Facebook é a de fidelizar seus usuários.
Com
seus dados bancários embutidos na rede social e sendo possível realizar
transferências e compras, as pessoas vão pensar duas vezes antes de desativarem
seus perfis.
Se
confirmada essa estratégia, quem deve botar as barbas de molho? Gigantes de
e-commerce, como Amazon e Alibaba, assim como processadores de pagamentos
digitais.
E
por que escolher o Messenger e não o WhatsApp para receber a função de
transferência financeira?
Primeiro,
como já foi dito, porque o Messenger está integrado ao Facebook, onde
provavelmente haverá integração com a venda de produtos e serviços.
Segundo
porque assim os dois serviços de mensagens se diferenciam um pouco.
O
Messenger ganha relevância para transferências de valores e o WhatsApp em
comunicação, ainda mais depois que for lançada a sua funcionalidade de chamadas
VoIP, conforme analisado na semana passada por MOBILE TIME.
Não
se sabe quando ou mesmo se o serviço será lançado no Brasil. Fica a dúvida de
como ele será gratuito aqui, onde transferências entre bancos diferentes, o
chamado DOC, têm um custo alto.
Fonte: http://jornaldehoje.com.br/
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