Estado de Minas- O juiz federal Sérgio Moro decretou a
quebra do sigilo telefônico do PT e de pelo menos seis números que seriam
usados pelo ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, segundo o Ministério
Público Federal (MPF). A abertura de dados alcança o período de 2010 a 2014,
abrangendo três campanhas eleitorais. A força-tarefa da Operação Lava-Jato
aponta o uso da legenda como forma de ocultar dinheiro desviado da estatal por
meio de contribuições e doações de campanha. Preso desde 15 de abril, em
Curitiba, Vaccari é acusado de ser operador de propinas no esquema de corrupção
na Petrobras.
Os dados, já fornecidos pelas
operadoras de telefonia, também incluem interceptações telefônicas da linha do
Sindicato dos Bancários, de uma funcionária da Cooperativa Habitacional dos
Bancários (Bancoop), além da linha pessoal de Vaccari e de sua mulher e de sua
casa. Dois números ligados ao coordenador da Gráfica Atitude, Paulo Roberto
Salvador, também tiveram o sigilo quebrado. Os dados telefônicos cedidos vão de
julho de 2010 a julho de 2015.
A medida solicitada pelo MPF integram
a ação que investiga se a Atitude foi usada pelo ex-tesoureiro do PT para lavar
dinheiro de propina recebida por contratos com a Petrobras. Os investigadores
da Lava-Jato descobriram que propina do esquema da Petrobras teria sido
canalizada para a gráfica por meio de repasses do executivo Augusto Ribeiro
Mendonça – do grupo Setal –, um dos delatores da operação. Ele revelou que o
ex-tesoureiro lhe pediu R$ 2 milhões para o partido e sugeriu que o depósito
fosse feito em favor da gráfica. Mendonça diz que repassou parte do montante.
Vaccari nega as acusações.
A ordem de quebra do sigilo atinge o
coração do PT, cuja sede fica situada na Rua Silveira Martins, Centro de São
Paulo. “A medida pretendida é adequada e necessária para possibilitar a
identificação dos registros das chamadas originadas e recebidas pelos
terminais-alvos da investigação e seus respectivos interlocutores, bem como a
localização geográfica em que se encontravam os alvos no momento das
comunicações de interesse da investigação criminal, por meio de antenas que
captaram o sinal”, sustenta o MPF no pedido.
Fonte: http://www.opotiguar.com.br/
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