SOS CANGUARETAMA

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domingo, 29 de novembro de 2015

SENADOR VÊ POSSÍVEL IRREGULARIDADE EM RECORDE DA MEGA-SENA



Terra – O senador Alvaro Dias (PSDB) anunciou que cobrará explicações da Caixa Econômica Federal sobre uma suposta confusão ocorrida no sorteio do concurso 1764 da Mega-Sena, realizado ontem na cidade paulista de Candido Mota, e que tinha em jogo o maior prêmio da história.

Segundo Alvaro, a entidade informou que ninguém acertou as 6 dezenas e o prêmio estaria acumulado para o próximo sábado, fato que já tinha ocorrido por 10 vezes seguidas. No entanto, anunciou em seguida que um único apostador levou o prêmio de mais de R$ 205 milhões, um morador de Brasília (DF).
Em nota, o senador disse que “cobrará explicações formais e imediatas” da Caixa e afirmou que o “desencontro de informações alimenta especulações de irregularidades, que devem ser passadas a limpo urgentemente”.
Alvaro é conhecido por tter feito diversas denúncias envolvendo manipulação de resultados, fraudes e lavagem de dinheiro envolvendo as loterias da Caixa. Ele também apresentou projeto de lei que inibe fraudes e lavagem de dinheiro com prêmios de loterias.

ABANDONADO, DELCÍDIO AMEAÇA FALAR O QUE SABE

Do Uol – Josias de Souza – Preso na superintendência da Polícia Federal em Brasília, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) segue um roteiro que já se tornou usual nos escândalos da era petista. Encrencado, o ex-líder do governo esperava obter a solidariedade dos amigos e companheiros. Ao sentir-se abandonado, ele ameaça contar segredos capazes de encrencar outras pessoas. O movimento tem o ritmo da chantagem, feita por alguém que espera obter proteção.
Delcídio irritou-se com o resultado davotação em que o plenário do Senado decidiu mantê-lo na prisão por 59 votos a 13, mais uma abstenção. Abespinhou-se também com comentário atribuído a Lula, segundo o qual ele teria se portado como um “imbecil” ao tentar comprar o silêncio do delator Nestor Cerveró. Essa observação, negada posteriormente por Lula, foi às manchetes nas pegadas da nota oficial em que o presidente do PT, Rui Falcão, escreveu que o partido “não se julga obrigado a qualquer gesto de solidariedade” com Delcídio.
Um amigo de Delcídio disse ao blog que ele tem razões para estar decepcionado. Contou que, nos últimos meses, o senador tornara-se interlocutor frequente de Lula. Conversavam amiúde, por telefone e pessoalmente. Nas palavras desse amigo, Delcídio “monitorava” os humores do pecuarista José Carlos Bumlai, o amigo de Lula que também foi preso nesta semana. Bumlai e Delcídio se conhecem do Mato Grosso do Sul.
Em depoimento a dois procuradores da República e um delegado federal, Delcídio disse ter tentado libertar o delator Nestor Cerveró por “razões humanitárias”. O interrogatório baseou-se no conteúdo de uma gravação feita por Bernardo Cerveró, em 4 de novembro, numa suíte de hotel em Brasília. Nela, ouvem-se as vozes de Bernardo, de Delcídio e do advogado Edson Ribeiro, que respondia pela defesa de Nestor Cerveró. A certa altura do interrogatório, perguntou-se a Delcídio sobre um trecho da conversa gravada em que ele diz que falou ou falaria com ministros do STF para obter, entre outras coisas, a liberdade de Cerveró.
Ouve-se Delcídio dizer na gravação: “Agora, […] eu acho que nós temos que centrar fogo no STF. Eu conversei com o Teori [Zavascki], conversei com o [Dias] Toffoli, pedi pro Toffoli conversar com o Gilmar [Mendes]. O Michel [Temer] conversou com o Gilmar também, porque o Michel tá muito preocupado com o [ex-diretor da Petrobras Jorge] Zelada, e eu vou conversar com o Gilmar também.”
Segundo notícia veiculada pela Globonews, os inquisidores pediram a Delcídio que falasse sobre a preocupação de Temer com Zelada, que está preso em Curitiba. O senador disse ter conhecimento de que Temer tem relação próxima com Zelada. Instado a qualificar a proximidade, Delcídio se absteve de responder. Temer preside o PMDB. Dos 18 senadores peemedebistas presentes à sessão em que o Senado avalizou a prisão de Delcídio, 16 votaram a favor da permanência do colega na cadeia —Edison Lobão (MA) se absteve e Renan Calheiros (AL), como presidente da Casa, não é dispensado de votar.
Ao farejar as segundas intenções de Delcídio, Temer apressou-se em responder. Por meio da assessoria, mandou dizer: “Em 2007, o senhor Jorge Zelada foi levado à Presidência do PMDB por estar sendo indicado para cargo na Petrobras. Nessa ocasião foi apresentado a Michel Temer. O presidente do PMDB não o indicou nem trabalhou pela sua manutenção no cargo. O presidente do PMDB nega qualquer proximidade com Jorge Zelada e repudia veementemente as declarações do senador Delcídio do Amaral.”
Durante o depoimento, Delcídio recordou que o hoje delator Nestor Cerveró foi nomeado diretor da área Internacional da Petrobras em 2003, sob Lula. Nessa época, era Dilma Rousseff quem respondia pelo Ministério de Minas e Energia, de cujo organograma pende a estatal petroleira.
Delcídio disse ter sido consultado por Dilma sobre a nomeação de Cerveró. Opinou favoravelmente. Por alguma razão, o senador fez questão de realçar que Dilma já conhecia Cerveró de longa data. Segundo disse, os dois se conheceram na época em que Dilma era secretaria de Energia do governo do Rio Grande do Sul. Cerveró era gerente da diretoria de Gás e Energia da Petrobras.
“Como a área de exploração de gás era bastante desenvolvida naquele Estado, havia contatos permanentes entre a diretoria de gás e energia da Petrobras e a secretaria comandada por Dilma”, disse Delcídio.

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