PF TENTA PRENDER PRESIDENTE DO PRB-RN, ACUSADO DE
CORRUPÇÃO NA PESCA
Folha de São Paulo – O presidente do PRB do Rio Grande do
Norte, Abraão Lincoln, está sendo procurado pela Polícia Federal, acusado de
participar do esquema de
venda ilegal de
permissões para pesca industrial.
Ele é um dos alvos da Operação
Enredados, deflagrada na manhã desta quinta-feira (15) em seis estados e no
Distrito Federal. Até o momento, porém, a PF não conseguiu localizá-lo para
cumprir o mandado de prisão expedido contra ele.
Além de dirigente partidário, Lincoln
é presidente da Confederação Nacional de Pescadores e Agricultores e tinha
acesso ao alto escalão do extinto Ministério da Pesca, que esteve na mira da
operação desta quinta.
ENREDADOS
As medidas fazem parte da Operação
Enredados, deflagrada esta manhã, para desarticular uma quadrilha que comercializava
permissões ilegais para pesca industrial, documento emitido pelo ministério
-que foi integrado à pasta da Agricultura na reforma ministerial promovida pela
presidente Dilma Rousseff no início do mês.
Estão sendo cumpridos 61 mandados de
busca e apreensão, 19 de prisão preventiva e 26 de condução coercitiva em
cidades do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, São Paulo, do Rio de Janeiro,
Distrito Federal, Pará e Rio Grande do Norte.
A quadrilha chegava a cobrar R$ 100
mil a interessados em obter a permissão para a pesca industrial, visto
necessário para a prática da pesca de grande porte.
Parte das embarcações que conseguiam a
licença não cumpriam os requisitos exigidos para receber o documento. Em outros
casos, os integrantes da organização criminosa criavam dificuldades a
proprietários de barcos aptos, para pressioná-los a pagar a propina.
O esquema contava com a participação
de servidores, armadores de pesca, representantes sindicais e intermediários.
Eles praticavam corrupção, tráfico de influência e advocacia administrativa.
A investigação, a cargo da Delegacia
de Repressão a Crimes Ambientais, com apoio do Ibama, identificou crimes como
pesca ilegal e fraudes em documentação, que era usada para distribuir pescado
sem procedência no mercado.
Durante as buscas, a PF apreendeu mais
de 1.200 toneladas de pescados capturados ilegalmente, com valor acima de R$ 3
milhões. Entre eles, havia diversas espécies em extinção, como Tubarão Azul,
Tubarão Cola Fina, Tubarão Anjo e Raia Viola.
Segundo Jair Schmidt,
coordenador-geral de fiscalização do Ibama, os danos são estimados em R$ 1,4
bilhão, considerando os danos ambientais. Em um ano, foram aplicadas multas que
somam R$ 20 milhões, de acordo com Schmidt.
Em entrevista à imprensa na tarde
desta quinta-feira, em Porto Alegre, a delegada Aletea Vega Marona Kunde, chefe
da delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente da PF, disse
acreditar “que a operação não tenha deixado tentáculos nesses órgãos”.
Fonte:
http://www.opotiguar.com.br/
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