A organização criminosa suspeita de atuar na
concessão ilegal de permissões de pesca industrial, desarticulada hoje (15)
pela Polícia Federal, gerou R$ 1,4 bilhão em danos ambientais, segundo
informações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama).
Durante a Operação
Enredados, foram presas 19 pessoas, entre elas o secretário executivo interino
do extinto Ministério da Pesca, Clemeson José Pinheiro da Silva, e o
superintendente do Ibama em Santa Catarina, Américo Ribeiro Tunes.
Em entrevista na tarde
desta quinta-feira, a delegada Aletea Vega Marona, chefe da Delegacia de Meio
Ambiente e Patrimônio Histórico da Polícia Federal em Porto Alegre, esclareceu
que a organização criminosa agia de diversos modos, todos com objetivo de
facilitar ou vender permissões do Ministério da Pesca.
Segundo a PF, o esquema
tinha participação de servidores públicos, representantes sindicais e
intermediários. “A pesca, por força desses servidores públicos, em pontos
estratégicos do alto escalão, estava ocorrendo, em sua maioria, sem nenhuma
observância e com muito dano à natureza”, acrescentou Aletea. A delegada
informou que as propinas chegavam a R$ 100 mil.
“Todos os esquemas tinham
um intermediário, que chegava ao servidor público defendendo o interesse da
pessoa que se beneficiaria da licença. Cada servidor, dentro de sua atribuição,
acabava buscando pareceres, documentos e forjando dados em documentos. Depois é
que os pagamentos (proprinas) eram feitos.”
Ao todo, 26 pessoas foram
levados para depor. Os policiais também cumpriram 61 mandados de busca e
apreensão em São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte,
Rio Grande do Sul, Pará e Distrito Federal.
A investigação começou há
pouco mais de um ano, no Rio Grande do Sul. No período, a polícia apreendeu 241
toneladas de pescado. O Ibama lavrou 50 autos de infração ambiental,
totalizando R$ 20 milhões em multas.
A direção do Ibama
informou que exonerou o superintendente em Santa Catarina, no cargo desde 26 de
fevereiro de 2014, e determinou uma correição (fiscalização ) extraordinária na
superintendência.
A correição será
coordenada pela Corregedoria do Ibama em Brasília, de modo a rever todos
os atos sob suspeita.
Na reforma administrativa
anunciada pela presidenta Dilma Rousseff no início de outubro, a Pesca e
Aquicultura foi integrada ao Ministério da Agricultura.
A Agricultura informou que
a absorção da estrutura ainda não foi concretizada e, por isso, não responde
pelo caso.
Fonte:
http://www.opotiguar.com.br/
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