PATRIMÔNIO DE CUNHA AUMENTOU 214%, APONTA
PGR
Os documentos apresentados pelo presidente da Câmara, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), para abertura de uma de suas contas na Suíça levaram o banco
Julius Baer a estimar seu patrimônio em mais de 37 vezes o que ele declarou à
Justiça Eleitoral. Segundo as informações enviadas pela Procuradoria-Geral da
República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao fazer a análise de risco
do cliente o banco estimou o patrimônio dele em US$ 16 milhões (R$ 61,3
milhões) a partir de documentos apresentados pelo parlamentar. Para a Justiça
Eleitoral, Cunha declarou ter patrimônio de R$ 1,6 milhão em 2014. A informação
consta do pedido de abertura de novo inquérito contra o presidente da Câmara
pela abertura de contas na Suíça.
“A análise de risco e perfil do cliente demonstram que
Eduardo Cunha já mantinha conta junto ao banco Merril Lynch nos EUA há mais de
20 anos de perfil agressivo e com interesse em crescimento patrimonial. Sua
fortuna seria oriunda de aplicações no mercado financeiro local e do
investimento no mercado imobiliário carioca. Há também referências à sua antiga
função de Presidente da Telerj. Seu patrimônio estimado, à época da abertura da
conta, era de aproximadamente US$ 16 milhões”, diz trecho da peça entregue pela
PGR.
O patrimônio oficialmente declarado do
presidente da Câmara cresceu 214% entre 2002 e 2014 de acordo com os dados da
Justiça Eleitoral, passando de R$ 525 mil para R$ 1,6 milhão. A PGR observa,
porém, que com base em dados sobre registros de carros é possível observar que
duas empresas de Cunha e sua mulher Cláudia Cruz, a Jesus.com e a C3
Participações, possui veículos registrados que totalizam R$ 815 mil, entre eles
um Porsche de R$ 429 mil.
“Em relação à titularidade das contas
objeto da transferência de processo por parte da Suíça, o procurador-geral em
exercício explica que não há a menor dúvida de sua vinculação com Eduardo Cunha
e Cláudia Cruz. Para ele, os elementos neste sentido são abundantes e
evidentes. “Há cópias de passaportes – inclusive diplomáticos – do casal,
endereço residencial, números de telefones do Congresso Nacional e do Palácio
do Planalto”, diz nota divulgada pela Procuradoria-Geral da República nesta
sexta-feira.
O pedido de abertura de
inquérito relata o caminho do dinheiro pelas contas de Cunha na Suíça. O ponto
de partida é um contrato da Petrobras para a compra do direito de exploração de
um campo de petróleo no Benin. No mesmo mês em que foi feito um pagamento pela
estatal uma conta do presidente da Câmara começa a receber repasses do lobista
João Augusto Rezende Henriques que totalizam 1,3 milhões de francos-suíços.
Fonte:
http://www.opotiguar.com.br/
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