Brasil dará "prioridade absoluta" a educação infantil e
básica, diz ministro
As necessidades educacionais dos
sistemas infantil e básico serão "prioridade absoluta" do Brasil em
um plano para conseguir avançar na cooperação internacional em educação,
afirmou o ministro da Educação, Renato Janine, em entrevista à Agência Efe.
"A prioridade absoluta do
Ministério é onde a educação está mais fraca e precisando mais: na creche, na
educação infantil e na educação básica como um todo. Há muito conhecimento
gerado internacionalmente com o qual podemos dialogar, conhecer e trocar experiências",
declarou Janine.
O ministro reiterou que estes
setores serão "preeminentes" para a realização de acordos de
cooperação internacional por representarem uma prioridade "ética e
política" para que a população tenha acesso a serviços básicos - saúde,
trabalho e educação.
"A injustica social mais
grave está na condenação das criancas mais pobres a uma vida de educação baixa,
salários baixos, saúde baixa. Em uma sociedade democrática, você não pode
conviver e aceitar que uma grande massa não tenha acesso ao que é absolutamente
necessário", disse.
Sobre o "Ciências sem
Fronteiras", o ministro adiantou que não pode garantir novos editais até
que seja melhor delimitado o orçamento federal.
"Nós não temos uma definição
orçamentária final, e com base nisso não sabemos se podemos abrir outros
editais, mas quem está no processo, continua", afirmou.
Segundo o ministro, dependendo de
como as verbas orçamentárias fluírem durante o ano, será possível falar da
destinação dos royalties do pré-sal para a área.
"O projeto de educação no
Brasil vai depender de como as verbas vão fluir. Ainda não sabemos na prática
como vai funcionar, mas há um compromisso, uma política de Estado de que esse
dinheiro (do pré-sal) seja destinado à Educação, por isso o governo não quer abrir
mão do pré-sal e da Petrobras, por exemplo", esclareceu.
O ministro, que participou hoje
do evento "Brazil: Surfing Global Trends", realizado pelo Instituto
de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo, também defendeu um
projeto de educação sistêmico, em que o ensino superior é articulado junto com
a educação básica, o que vem sendo foco desde a gestão de Fernando Haddad,
durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, de 2006 a 2010.
"Não podemos despir um santo
para vestir o outro. A ideia é atacar em várias frentes ao mesmo tempo, mas de
maneira articulada, de forma que se pulveriza a ação governamental, e pelo
menos há 20 anos temos uma ênfase muito forte dos ministros anteriores a dar
prioridade à educacao básica", detalhou o ministro.
Antes da entrevista, em sua
palestra, o ministro falou sobre avanços e barreiras dos sistemas democráticos,
enfatizando a inclusão nas agendas legislativas das necessidades de educar e
conscientizar populações contra o preconceito religioso e de orientação sexual.
"Estamos longe da igualdade
no mundo. Estamos falhando para o avanço da democracia", afirmou Janine ao
público, lembrando que é preciso dar o direito de escolha a qualquer indivíduo,
que no momento, segundo ele, é "limitado".
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