País deve perder 300 mil
postos de trabalho formais em 2015, estima relatório
O potencial de criação de emprego do País encontra-se hoje bastante
comprometido, segundo concluem Fábio Silveira e Lucas Foratto, da GO
Associados, em relatório distribuído a clientes. Eles preveem a eliminação de
300 mil postos de trabalho formais na economia brasileira neste ano,
contrariando a geração líquida de 357 mil postos em 2014.
"Neste primeiro semestre, apesar da
provável contabilização de algum saldo positivo de postos no setor de serviços
e comércio, o mercado de trabalho deve continuar a se aprofundar, em resposta
não apenas ao cenário doméstico desfavorável para o biênio 2015-2016, mas
também à letargia demonstrada pelas exportações brasileiras, apesar da forte
desvalorização do real" avaliam os analistas da GO Associados.
Com base nos dados de eliminação de 2,4 mil
empregos formais em fevereiro, de acordo com o Cadastro Geral de Emprego e
Desemprego (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (TEM), Silveira e
Foratto assumem a tese de que o mercado de trabalho começou a evidenciar os efeitos
da dinâmica recessiva da economia.
Com o fechamento das vagas anotadas em
fevereiro, o estoque de demissões acumuladas nos últimos 12 meses saltou para
47 mil.
De acordo com a GO Associados, os setores de
comércio e serviços são os únicos que ainda resistem à tendência de retração do
mercado de trabalho. Nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro, esses dois
setores produziram liquidamente 429 mil vagas. Já a indústria eliminou 462
vagas e a agricultura fechou 14 mil postos de trabalho.
Na média, a taxa de desemprego subiu a 5,9% ante
a marca de 5,1% em fevereiro de 2014. Nesta mesma base de comparação, o
contingente de pessoas desocupadas cresceu 14,2% e alcançou 1,42 milhão de
pessoas. A População Economicamente Ativa (PEA), por sua vez, caiu 0,4% para
24,2 milhões de pessoas. O rendimento real médio, também na comparação de
fevereiro deste ano com o mesmo mês de 2014 caiu 0,5% para R$ 2.163,00. Em
relação a janeiro último, a queda foi de 1,4%.
Estadão Conteúdo
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