Construtoras do RN suspendem obras do
“Minha Casa, Minha Vida” após atrasos de repasses
Dívida do Governo Federal com empresas do RN já somam R$ 30 milhões e
6.500 empregados podem ser demitidos
Dívida do Governo Federal com empresas do RN já somam R$ 30 milhões e
6.500 empregados podem ser demitidos
Todas
as construções de imóveis por meio do programa federal “Minha Casa, Minha Vida”
no Rio Grande do Norte serão suspensas a partir desta quarta-feira (29) e
aproximadamente 6,5 mil funcionários que atuam nos canteiros de obras devem ser
demitidos na próxima segunda-feira, de acordo com o Sindicato da Indústria da
Construção Civil no Estado (Sinduscon/RN). O motivo são os constantes atrasos
no pagamento, o que vem causando transtornos financeiros para as sete empresas
responsáveis pela execução das obras.
Segundo o presidente do Sinduscon, Arnaldo Gaspar Júnior,
as dívidas chegam à soma de R$ 15 milhões somente em notas fiscais já emitidas
em março passado pelas empresas e outros R$ 15 milhões processados pela Caixa
Econômica Federal (CEF), banco responsável pelos pagamentos, que ainda não
foram transformados em nota fiscal. Ele disse que os atrasos passaram a ser
constantes desde outubro de 2014 e que há 90 dias que seis empresas não recebem
os repasses.
“É praticamente impossível continuar a trabalhar dessa
forma. Tentamos negociar com o governo federal desde outubro, sem sucesso,
então, a única alternativa que nos resta é paralisar as obras nos próximo dois
dias e a partir de segunda-feira, demitir os funcionários da construção civil
no Estado que atuam nas obras do programa. A nossa esperança é que durante
esses dois dias que ainda nos restam, consigamos tentar uma solução para evitar
essa situação lastimável”, afirmou.
Conforme o empresário Marcos Aguiar, um dos construtores
cadastrados para o “Minha Casa, Minha Vida” no Estado, a paralisação afetará a
construção de aproximadamente cinco mil unidades habitacionais, nos municípios
de Natal, Mossoró, São José do Mipibu e São Gonçalo do Amarante.
“Infelizmente, tivemos que adotar essa posição porque
tentamos, de todas as formas, negociar com o governo federal, que nunca deu uma
explicação sobre o que será feito para resolver o problema, um cronograma ou
prazo para efetuar os pagamentos. As empresas já comprometeram seu capital de
giro, investindo-os nas obras, mas chegamos a um momento em que é impossível
continuar”, disse.
Ofícios
listaram reivindicações de empresas
Ontem (27), a entidade encaminhou ofícios à
Superintendência Regional da Caixa Econômica Federal e ao governador Robinson
Faria, comunicando a paralisação das obras e demissões em razão aos atrasos dos
pagamentos. Nas notas, também foram incluídas as reivindicações das
construtoras, para que as obras sejam continuadas sem prejuízos para elas e a
sociedade.
Entre elas, estão: o pagamento imediato das medições em
atraso; o comprometimento da quitação das medições já lançadas no sistema com
previsão de pagamento para o início de maio próximo; repactuação dos preços dos
serviços em execução, com atualização para as datas por causa da dilatação dos
prazos devido aos atrasos; a adoção de verba mensal de administração local da
obra para os meses que excederem o prazo contratual inicial e o pagamento de
juros sobre os atrasos nas quitações das medições atestadas pela Caixa
Econômica.
Fonte:
http://jornaldehoje.com.br/
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