SOS CANGUARETAMA

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terça-feira, 28 de abril de 2015

MINHA CASA, MINHA DÍVIDA.

Construtoras do RN suspendem obras do “Minha Casa, Minha Vida” após atrasos de repasses

Dívida do Governo Federal com empresas do RN já somam R$ 30 milhões e 6.500 empregados podem ser demitidos

Todas as construções de imóveis por meio do programa federal “Minha Casa, Minha Vida” no Rio Grande do Norte serão suspensas a partir desta quarta-feira (29) e aproximadamente 6,5 mil funcionários que atuam nos canteiros de obras devem ser demitidos na próxima segunda-feira, de acordo com o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado (Sinduscon/RN). O motivo são os constantes atrasos no pagamento, o que vem causando transtornos financeiros para as sete empresas responsáveis pela execução das obras.
Segundo o presidente do Sinduscon, Arnaldo Gaspar Júnior, as dívidas chegam à soma de R$ 15 milhões somente em notas fiscais já emitidas em março passado pelas empresas e outros R$ 15 milhões processados pela Caixa Econômica Federal (CEF), banco responsável pelos pagamentos, que ainda não foram transformados em nota fiscal. Ele disse que os atrasos passaram a ser constantes desde outubro de 2014 e que há 90 dias que seis empresas não recebem os repasses.
“É praticamente impossível continuar a trabalhar dessa forma. Tentamos negociar com o governo federal desde outubro, sem sucesso, então, a única alternativa que nos resta é paralisar as obras nos próximo dois dias e a partir de segunda-feira, demitir os funcionários da construção civil no Estado que atuam nas obras do programa. A nossa esperança é que durante esses dois dias que ainda nos restam, consigamos tentar uma solução para evitar essa situação lastimável”, afirmou.
Conforme o empresário Marcos Aguiar, um dos construtores cadastrados para o “Minha Casa, Minha Vida” no Estado, a paralisação afetará a construção de aproximadamente cinco mil unidades habitacionais, nos municípios de Natal, Mossoró, São José do Mipibu e São Gonçalo do Amarante.
“Infelizmente, tivemos que adotar essa posição porque tentamos, de todas as formas, negociar com o governo federal, que nunca deu uma explicação sobre o que será feito para resolver o problema, um cronograma ou prazo para efetuar os pagamentos. As empresas já comprometeram seu capital de giro, investindo-os nas obras, mas chegamos a um momento em que é impossível continuar”, disse.
Ofícios listaram reivindicações de empresas
Ontem (27), a entidade encaminhou ofícios à Superintendência Regional da Caixa Econômica Federal e ao governador Robinson Faria, comunicando a paralisação das obras e demissões em razão aos atrasos dos pagamentos. Nas notas, também foram incluídas as reivindicações das construtoras, para que as obras sejam continuadas sem prejuízos para elas e a sociedade.
Entre elas, estão: o pagamento imediato das medições em atraso; o comprometimento da quitação das medições já lançadas no sistema com previsão de pagamento para o início de maio próximo; repactuação dos preços dos serviços em execução, com atualização para as datas por causa da dilatação dos prazos devido aos atrasos; a adoção de verba mensal de administração local da obra para os meses que excederem o prazo contratual inicial e o pagamento de juros sobre os atrasos nas quitações das medições atestadas pela Caixa Econômica.

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