Ações da
Petrobras acumulam alta de quase 30% no mês e Bolsa fecha estável
SÃO
PAULO - As ações da Petrobras fecharam novamente em forte alta nesta
segunda-feira, totalizando seis pregões em alta dos oito já realizados no mês
de abril, uma alta de quase 30% no período. Também foram os papéis da estatal
que impediram um tombo da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que ficou
pressionada no final dos negócios com a maior preocupação em relação ao
crescimento global. O Ibovespa, principal índice do mercado acionário local,
fechou praticamente estável, com leve variação positiva de 0,05%, aos 54.239
pontos. Já o dólar comercial, seguindo o movimento externo, avançou 1,72% ante
o real, cotado a R$ 3,123 na compra e a R$ 3,125 na venda.
Em mais um pregão de recuperação, as ações da estatal fecharam acima dos R$ 12. Só no mês de abril foram seis altas em oito pregões. O movimento de alta está atrelado à expectativa de divulgação, ainda neste mês ou até mesmo nessa semana, do balanço da companhia, que já traria parte das perdas contábeis com o esquema de corrupção identificado pela operação Lava Jato. Também pesa de forma favorável a possibilidade de venda de ativos, como a participação da estatal na petroquímica Braskem, empresa em que a Petrobras divide o controle com a Odebrecht.
Em mais um pregão de recuperação, as ações da estatal fecharam acima dos R$ 12. Só no mês de abril foram seis altas em oito pregões. O movimento de alta está atrelado à expectativa de divulgação, ainda neste mês ou até mesmo nessa semana, do balanço da companhia, que já traria parte das perdas contábeis com o esquema de corrupção identificado pela operação Lava Jato. Também pesa de forma favorável a possibilidade de venda de ativos, como a participação da estatal na petroquímica Braskem, empresa em que a Petrobras divide o controle com a Odebrecht.
Os papéis preferenciais (sem direito a voto, PNs) da
Petrobras fecharam em alta de 3,80%, cotados a R$ 12,27. Esse é o maior patamar
desde os R$ 12,73 de 3 de dezembro do ano passado. No acumula do mês, a valorização
chega a 26,10%. Já os ordinários (com direito a voto, ONs) avançaram 4,98%, a
R$ 12,42, maior valor desde os 12,75% de 27 de novembro de 2014 e uma alta de
29,6% em abril. Já as ações da Braskem fecharam em alta de 0,94%.
Na avaliação de Alan Oliveira, os investidores continuam
preocupados com a capacidade de pagamento da estatal, devido ao elevado nível
de endividamento da petrolífera, mas o temor de um problema maior vem se
dissipando desde o anúncio do empréstimo de US$ 3,5 bilhões com o Banco de
Desenvolvimento da China, anunciado em 1º de abril, e a possibilidade de venda
de alguns ativos, o que indica que a empresa não deve enfrentar problemas de
liquidez.
— A empresa conseguiu crédito com a China e começou a ter
liquidez. E tem a venda de ativos. Ainda há uma preocupação de como a empresa
vai lidar com sua dívida, mas esse empréstimo deu um alívio — afirmou.
Para Luis Gustavo Pereira, analista-chefe da Guide
Investimentos, ajuda também para o otimismo com as ações da Petrobras a
expectativa de mudança no sistema de partilha do pré-sal. Atualmente, a estatal
tem que ficar com 30% de cada poço, mas na semana passada o ministro de Minas e
Energia, Eduardo Braga, sinalizou de que isso poderia ser revisto, dando um
alívio nas necessidades de investimento da companhia.
PREÇO DO MINÉRIO DE FERRO A US$ 30
Já do lado negativo o destaque foi a Vale. Os dados ruins da
balança comercial chinesa afetaram o desempenho das ações da mineradora. Além
disso, a agência de classificação de risco S&P colocou a nota da mineradora
brasileira - e também das concorrentes globais - em perspectiva negativa e o Citi revisou para
US$ 30 a projeção para o preço da tonelada do minério de ferro.
— O preço do minério de ferro continua caindo e por isso as
revisões de preço, que já estavam ocorrendo. Grande parte da mudança de
preço-alvo para as ações da Vale já foi realizada — lembrou.
As ações preferenciais da mineradora brasileira caíram 1,56%
e as ordinárias tiveram desvalorização de 0,98%.
Na Europa, os principais índices operaram sem tendência
definida. O DAX, de Frankfurt, teve queda de 0,29%. Já o CAC 40, da Bolsa de
Paris, fechou em alta de 0,26%, e o FTSE 100, de Londres, caiu 0,36%. Nos
Estados Unidos, os principais índices operaram em queda, também com a
preocupação de desaquecimento da economia global. O Dow Jones caiu 0,45% e o
S&P 500 apresentou desvalorização de 0,46%.
DADOS FRACOS DA BALANÇA CHINESA PESAM SOBRE DÓLAR
O dólar comercial no Brasil acompanhou o movimento da moeda
no exterior. A divisa ganhou força principalmente frente às moedas de países
emergentes que exportam matérias-primas. A razão é o enfraquecimento dos dados
da balança comercial na China, a maior compradora desses produtos.
— A perspectiva de um menor crescimento da China e global
afeta não só a Bolsa brasileira, mas também as moedas de países ligados à
commodities e o Brasil está nessa categoria — avaliou Luciano Rostagno,
estrategista-chefe do Mizuho Bank.
Já Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso
Corretora, lembrou que também há um movimento de ajuste, após um forte
movimento de queda do dólar ante o real nos últimos pregões.
— O dólar estava caindo de maneira quase sequencial e uma
hora o mercado tenta se ajustar. Ele para para ver se o movimento não está
muito exagerado e faz uma correção — explicou.
A queda das exportações foi de 15%, acima dos 10% esperados.
Já as importações caíram 12,7%, pouco acima da previsão. “Nesse cenário, o
dólar mantém valorização frente as suas principais concorrentes e também em
relação às divisas dos emergentes ligadas a commodities”, afirmou Ricardo Gomes
da Silva, analista da Correparti Corretora de Câmbio.
Fonte: http://oglobo.globo.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário