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segunda-feira, 13 de abril de 2015

TAMBÉM COM O PREÇO DA GASOLINA!

Ações da Petrobras acumulam alta de quase 30% no mês e Bolsa fecha estável
SÃO PAULO - As ações da Petrobras fecharam novamente em forte alta nesta segunda-feira, totalizando seis pregões em alta dos oito já realizados no mês de abril, uma alta de quase 30% no período. Também foram os papéis da estatal que impediram um tombo da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que ficou pressionada no final dos negócios com a maior preocupação em relação ao crescimento global. O Ibovespa, principal índice do mercado acionário local, fechou praticamente estável, com leve variação positiva de 0,05%, aos 54.239 pontos. Já o dólar comercial, seguindo o movimento externo, avançou 1,72% ante o real, cotado a R$ 3,123 na compra e a R$ 3,125 na venda.
Em mais um pregão de recuperação, as ações da estatal fecharam acima dos R$ 12. Só no mês de abril foram seis altas em oito pregões. O movimento de alta está atrelado à expectativa de divulgação, ainda neste mês ou até mesmo nessa semana, do balanço da companhia, que já traria parte das perdas contábeis com o esquema de corrupção identificado pela operação Lava Jato. Também pesa de forma favorável a possibilidade de venda de ativos, como a participação da estatal na petroquímica Braskem, empresa em que a Petrobras divide o controle com a Odebrecht.
Os papéis preferenciais (sem direito a voto, PNs) da Petrobras fecharam em alta de 3,80%, cotados a R$ 12,27. Esse é o maior patamar desde os R$ 12,73 de 3 de dezembro do ano passado. No acumula do mês, a valorização chega a 26,10%. Já os ordinários (com direito a voto, ONs) avançaram 4,98%, a R$ 12,42, maior valor desde os 12,75% de 27 de novembro de 2014 e uma alta de 29,6% em abril. Já as ações da Braskem fecharam em alta de 0,94%.
Na avaliação de Alan Oliveira, os investidores continuam preocupados com a capacidade de pagamento da estatal, devido ao elevado nível de endividamento da petrolífera, mas o temor de um problema maior vem se dissipando desde o anúncio do empréstimo de US$ 3,5 bilhões com o Banco de Desenvolvimento da China, anunciado em 1º de abril, e a possibilidade de venda de alguns ativos, o que indica que a empresa não deve enfrentar problemas de liquidez.
— A empresa conseguiu crédito com a China e começou a ter liquidez. E tem a venda de ativos. Ainda há uma preocupação de como a empresa vai lidar com sua dívida, mas esse empréstimo deu um alívio — afirmou.
Para Luis Gustavo Pereira, analista-chefe da Guide Investimentos, ajuda também para o otimismo com as ações da Petrobras a expectativa de mudança no sistema de partilha do pré-sal. Atualmente, a estatal tem que ficar com 30% de cada poço, mas na semana passada o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, sinalizou de que isso poderia ser revisto, dando um alívio nas necessidades de investimento da companhia.
PREÇO DO MINÉRIO DE FERRO A US$ 30
Já do lado negativo o destaque foi a Vale. Os dados ruins da balança comercial chinesa afetaram o desempenho das ações da mineradora. Além disso, a agência de classificação de risco S&P colocou a nota da mineradora brasileira - e também das concorrentes globais - em perspectiva negativa e o Citi revisou para US$ 30 a projeção para o preço da tonelada do minério de ferro.
— O preço do minério de ferro continua caindo e por isso as revisões de preço, que já estavam ocorrendo. Grande parte da mudança de preço-alvo para as ações da Vale já foi realizada — lembrou.
As ações preferenciais da mineradora brasileira caíram 1,56% e as ordinárias tiveram desvalorização de 0,98%.
Na Europa, os principais índices operaram sem tendência definida. O DAX, de Frankfurt, teve queda de 0,29%. Já o CAC 40, da Bolsa de Paris, fechou em alta de 0,26%, e o FTSE 100, de Londres, caiu 0,36%. Nos Estados Unidos, os principais índices operaram em queda, também com a preocupação de desaquecimento da economia global. O Dow Jones caiu 0,45% e o S&P 500 apresentou desvalorização de 0,46%.
DADOS FRACOS DA BALANÇA CHINESA PESAM SOBRE DÓLAR
O dólar comercial no Brasil acompanhou o movimento da moeda no exterior. A divisa ganhou força principalmente frente às moedas de países emergentes que exportam matérias-primas. A razão é o enfraquecimento dos dados da balança comercial na China, a maior compradora desses produtos.
— A perspectiva de um menor crescimento da China e global afeta não só a Bolsa brasileira, mas também as moedas de países ligados à commodities e o Brasil está nessa categoria — avaliou Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Mizuho Bank.
Já Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, lembrou que também há um movimento de ajuste, após um forte movimento de queda do dólar ante o real nos últimos pregões.
— O dólar estava caindo de maneira quase sequencial e uma hora o mercado tenta se ajustar. Ele para para ver se o movimento não está muito exagerado e faz uma correção — explicou.
A queda das exportações foi de 15%, acima dos 10% esperados. Já as importações caíram 12,7%, pouco acima da previsão. “Nesse cenário, o dólar mantém valorização frente as suas principais concorrentes e também em relação às divisas dos emergentes ligadas a commodities”, afirmou Ricardo Gomes da Silva, analista da Correparti Corretora de Câmbio.
Fonte: http://oglobo.globo.com/

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