‘PT foi protagonista de um dos maiores
escândalos de corrupção’
Em carta, senadora afirma que o partido não a representa, 'assim como a
milhões de brasileiros'
Em carta, senadora afirma que o partido não a representa, 'assim como a
milhões de brasileiros'
Em
carta em que pede sua desfiliação do PT, entregue aos diretórios do partido
nesta terça-feira (28), a senadora Marta Suplicy diz que o papel “protagonista”
do PT no que chamou de “um dos maiores escândalos de corrupção” é a razão
principal para deixar o partido que ajudou a fundar.
A senadora destaca que é certo que “mesmo após a condenação
de altos dirigentes, sobrevieram novos episódios a envolver sua direção
nacional”, afirmou, sem citar os desvios na Petrobras e o ex-tesoureiro João
Vaccari Neto, preso na Operação Lava Jato.
Em documento protocolado hoje nos diretórios municipal,
estadual e nacional do partido, a senadora diz sentir que os princípios e o
programa partidário do PT “nunca foram tão renegados pela própria agremiação”.
Segundo ela, as investigações diárias que envolvem
membros do partido são motivo não só de “indignação” como de “grande
constrangimento”.
Marta, que já vinha demonstrando publicamente sua
insatisfação com o partido e com o governo da presidente Dilma Rousseff desde o
ano passado, quando saiu do Ministério da Cultura, disse ainda que, por ter
acreditado nos “propósitos éticos” da carta de princípios do PT, não tem agora
como “conviver com esta situação sem que esta atitude implique uma inaceitável
conivência”.
Segundo a senadora, ela tentou exigir providências do
partido e reverter a situação, mas não foi ouvida.
— Percebi que o Partido dos Trabalhadores não possui mais
abertura nem espaço para o diálogo com suas bases e seus filiados. Fui isolada
e estigmatizada.
Marta disse ainda que o PT não parece interessado ou não
tem condições de resgatar seu programa e se distanciou completamente de seus
fundamentos.
A ex-petista acusa ainda a direção do PT de restringir e
cercear seu desempenho nas atividades partidárias.
— O que é mais grave, [cerceando] minha atividade
parlamentar oriunda da representação política de meu mandato.
A senadora disse vivenciar “o mais difícil e o pior
momento” de sua vida política e afirmou que vive hoje uma situação de
constrangimento junto à bancada do PT e no Plenário do Senado.
— Tenho me furtado a discursar e emitir minhas opiniões
por me negar a defender um partido que não mais me representa, assim como a
milhões de brasileiros que nele um dia acreditaram.
O destino mais provável de Marta é o PSB, pelo qual deve
disputar a Prefeitura de São Paulo no ano que vem contra o petista Fernando
Haddad.
Segundo fonte do diretório estadual, o departamento
jurídico do partido está avaliando o documento entregue por Marta e deve se
pronunciar em breve sobre o assunto.
Fonte: R7
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