SOS CANGUARETAMA

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sábado, 20 de julho de 2013

O DIREITO DE NASCER!

Foto: Tribuna do Norte

Santa Catarina não tem mais leitos para obstetrícia

As maternidades em Natal estão com sua capacidade máxima desde que o atendimento na Januário Cicco foi suspenso por falta de pediatras para completar a escala de plantão. A reportagem da TRIBUNA DO NORTE foi em três maternidades ontem e verificou um ponto em comum entre as mesmas: não tem mais vagas para as parturientes. 
A situação mais delicada está no hospital Santa Catarina. Os 12 leitos de pré-parto estão ocupados e as grávidas que iam chegando ficaram alojadas nos bancos dos corredores, como foi no caso  de Aniele Raquel, que está com nove meses de gestação e tentou por três vezes ser atendida esta semana. “Eu nem culpo tanto os profissionais que estão aqui, mas sim o descaso da saúde pública que está um caos”, disse. 
Pior ainda são as condições de Edilene Cândido, de 24 anos. Vinda da Januário Cicco, ela está grávida de gêmeos e no início da semana chegou a perder um dos bebês. Sentada numa cadeira tomando soro por ter sangrado bastante de manhã, sua gravidez é de risco enquanto aguardava uma vaga que uma enfermeira dizia não ter. “Quanto mais gente de fora, pior. O jeito é ficar aqui no alojamento conjunto com as outras”, disse a enfermeira do plantão, Rosana da Silva. O local estava tão cheio que até os acompanhantes foram orientados a sair da enfermaria, o que deixou Maria Eurípedes Câmara, mãe de Edilene bastante revoltada. “A menina tá com fome no soro, tremendo, perdeu um filho e tá tentando parir o outro. Ainda me dizem que está tudo bem e que não precisa de acompanhamento?”. A justificativa da recomendação feita pela enfermeira é porque muita gente traz bolsas e dificulta a circulação. 
Quem também estava chateada com a situação era Ana Mendes, que foi acompanhar o parto da irmã, que também estava sentada em uma cadeira. “Não deram atenção para minha irmã ainda, que teve o deslocamento da placenta  prematuro. Quando vim na segunda-feira acompanhar, minha cunhada estava melhor”, disse. Na prancheta da enfermaria do Santa Catarina, estavam marcados para a manhã de ontem quatro partos, mas outras quatro apareceram e entraram na fila, além das oito que estavam na enfermaria. A sala de pós-parto também estava lotada, tendo outras 15 mulheres alem do suportado. “Essas 15 não eram nem para estar aqui. Não temos vagas e as instalações poderiam até servir para as que estão chegando”, disse a enfermeiraRosana da Silva. 
Na maternidade das Quintas, a situação era menos preocupante. Os 29 leitos também estão cheios, mas não tinha muita gente esperando por um parto. A informação dita pelo setor administrativo da maternidade foi confirmada pela reportagem, uma vez que as cadeiras de espera para o pré-parto estavam vazias no final da manhã, embora tivesse expectativa era das grávidas chegarem à tarde. “As cadeiras e as mesas para as grávidas esperarem estão vazias, mas acho que a tarde enche”, disse Socorro Silva, assistente social da unidade. 
Representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do RN (Sindsaúde) estiveram no local para verificar como anda a questão da lotação. Segundo Célia Dantas, a reabertura da maternidade Leide Morais é necessária para desafogar os leitos, bem como a contratação de mais técnicos de enfermagem. “Se aumentaram os leitos e ainda querem construir uma sala de curetagem e uma de classificação de risco, 23 técnicos não vão dar conta de tudo”.
Sobre a contratação de oito pediatras para para a maternidade Januário Cicco, o diretor da unidade, Kleber Morais, não atendeu às ligações durante todo o dia de ontem para dizer se o processo seletivo foi concluído e se os atendimentos voltarão ao normal na próxima segunda-feira (22), como prometido.
Fonte: Tribuna do Norte

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