Imagem ilustrativa
PF diz que boatos sobre fim do Bolsa
Família foram espontâneos e descarta crime
Os boatos sobre o fim do Programa Bolsa Família
tiveram origem espontânea. Esta é a conclusão das investigações da Polícia
Federal (PF) sobre o caso. As investigações apontam que “o boato foi espontâneo
não havendo como afirmar que apenas uma pessoa ou grupo tenha causado os boatos
envolvendo o Programa Bolsa Família. Conclui-se, assim, pela inexistência de
elementos que possam configurar crime ou contravenção penal”, diz nota
divulgada hoje (12) pela PF. O relatório final será encaminhado ao Juizado
Especial Criminal do Distrito Federal.
Em maio, boatos sobre o fim do programa levaram a uma
corrida dos beneficiários às agências bancárias da Caixa Econômica Federal para
sacar o benefício. No ápice do boato, nos dias 18 e 19, o banco registrou 920
mil saques de beneficiários.
Na ocasião, a presidenta Dilma Roussef classificou os
boatos de atos criminosos e fez um apelo para que os brasileiros não
acreditassem nos pessimistas e, sobretudo, nos boatos.
Entre as linhas de investigação da PF, foi analisada
o possível uso de redes sociais para a propagação dos boatos. O cruzamento de
dados permitiu identificar uma postagem, em uma rede social, feita pela filha
de uma beneficiária da cidade de Cajazeiras (PB) informando sobre o saque
antecipado de sua mãe. Essa foi a primeira menção na internet a respeito do
assunto.
“No entanto, a postagem desta informação não foi a
origem dos boatos. Assim sendo, a internet e as redes sociais apenas
reproduziram notícias veiculadas pela imprensa sobre os tumultos em agências
bancárias. Da mesma forma, não ficou configurada a utilização de rádios
comunitárias, telemarketing ou empresa contratada para a disseminação da
informação de cancelamento do programa. Apenas uma beneficiária no Rio de
Janeiro noticiou ter recebido telefonema a respeito, depoimento que não se
repetiu em nenhuma outra oitiva”, diz a nota.
De acordo com a PF, a investigação cruzou dados
referentes aos registros de saques feitos no período, bem como o padrão dos
saques feitos nos meses anteriores. O objetivo era identificar os primeiros
beneficiários a sacar o dinheiro do programa.
As informações mostraram o aumento anormal no volume
de saques nas cidades de Ipu (CE) e Cajazeiras (PB), onde ocorreram os
primeiros saques, já nas primeiras horas do sábado, dia 18 de maio. As cidades
também apresentaram, proporcionalmente, o maior número de saques dos benefícios
no final de semana.
Durante a apuração, foram ouvidos 180 beneficiários
de 11 estados: Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba,
Pernambuco, Piauí e Rio de Janeiro. Também foram ouvidos 64 gerentes da Caixa
nas localidades, onde ocorreu o maior volume de saques.
Fonte: Tribuna do Norte
Nenhum comentário:
Postar um comentário