Para turbinar caixa, governo estuda
regularizar jogos de azar
Medida pode ser solução caso
Congresso reprove a CPMF. Objetivo é estabelecer regras específicas para a
liberação de bingos e cassinos
Medida pode ser solução caso
Congresso reprove a CPMF. Objetivo é estabelecer regras específicas para a
liberação de bingos e cassinos
Antevendo
uma derrota no Congresso na aprovação da CPMF, o governo continua em busca de
uma fonte de renda alternativa que turbine o caixa e recupere o Orçamento de um
rombo estimado em 30,5 bilhões de reais. Em reunião com deputados na manhã
desta quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Casa Civil,
Aloizio Mercadante, consultaram os parlamentares sobre a possibilidade de
regularizar os jogos de azar no país, entre eles bingos e cassinos. Projetos de
lei com esse teor já tramitam na Câmara e no Senado.
Essa
proposta foi ventilada também durante reunião com senadores aliados, na última
terça-feira. Um dos argumentos para a regulamentação dos jogos de azar é que
hoje eles são livremente praticados pela internet por meio de sites
estrangeiros. O objetivo é estabelecer regras específicas e liberar esses
jogos, fazendo com que a arrecadação fique no país.
Conforme
deputados ouvidos pelo site de VEJA, a maioria das bancadas presentes à reunião
mostrou-se favorável à aprovação da liberação dos jogos de azar. De acordo com
o deputado Maurício Quintella (AL), líder do PR, a regularização dos jogos na
internet seria um primeiro passo. Uma outra possibilidade em estudo seria a
implantação de bingos e cassinos em regiões específicas – ou as que já são
pontos turísticos consolidados, onde a implementação seria mais rápida, ou em
locais ainda pouco atrativos, justamente com o objetivo de gerar empregos e
criar um novo roteiro de viagens no país.
“Vamos
ser realistas. Em todo o mundo existem cassinos. Eles geram empregos,
oficializam outros polos turísticos e são um atrativo para a população”, disse
o líder do PP, Eduardo da Fonte (PE). Hoje, a prática desses jogos é uma
contravenção, com pena de prisão e multa.
Dilma, a articuladora
A
consulta prévia aos parlamentares representa uma mudança de postura do governo,
que costuma buscar o Congresso apenas no momento da tramitação, e não na
implementação das propostas. Desde o início desta semana, a presidente Dilma
Rousseff passou a assumir pessoalmente a função de articuladora, reunindo-se
com deputados e senadores aliados no Palácio do Planalto. Ela avisou aos
congressistas que pretende chamá-los para reuniões privativas das bancadas nos
próximos dias.
Não
muito afeita ao diálogo, Dilma passou a sentar-se à mesa com parlamentares
depois que o vice-presidente Michel Temer deixou a articulação política do
governo. Ainda sem um substituto para o vice, a presidente aproveita para se
aproximar de deputados e senadores no momento em que amarga baixos índices de
popularidade e as movimentações pró-impeachment se acentuam.
Apesar
do gesto político, a petista ainda não conseguiu emplacar a recriação da CPMF,
uma das principais medidas no pacote do governo para economizar 66 bilhões de
reais no ano que vem. Durante reunião nesta quinta, os líderes voltaram a
criticar a volta do imposto do cheque e apresentaram à presidente o diagnóstico
de que “não há clima” para a aprovação de aumento de impostos no Congresso.
Fonte: http://jornaldehoje.com.br/ (Veja)
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