NÃO DÁ PARA
CONTAR COM 10% DO PIB PARA A EDUCAÇÃO, DIZ MINISTRO
AB – O ministro da Educação, Renato Janine
Ribeiro, afirmou hoje (15) que não dá para contar com o investimento anual de
pelo menos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação, previsto no Plano
Nacional de Educação (PNE). “Quando se fala a chegar em 10% do PIB, não é
fácil, sobretudo no ambiente econômico atual”, disse Janine. O PIB é a soma de
todos os bens e serviços produzidos pelo país em um determinado período.
Janine destacou, porém,
que os recursos econômicos limitados do atual período de crise não podem afetar
as metas do PNE, lançado pelo governo há um ano. O ministro participou, nesta
terça-feira, do Fórum Educação, evento promovido pela revista Exame, na capital paulista.
O PNE estabelece metas até
2024, que vão da educação infantil à pós-graduação, passando pela valorização
dos professores. Segundo Janine, os gastos mais elevados do plano incluem obras
físicas, como escolas, reestruturação de professores e investimento em
tecnologias comotablets. “Mas não adianta
simplesmente despender dinheiro, se não sabemos como vamos gastar”, disse o
ministro.
Ele criticou a abordagem
de alguns estados e municípios na construção do PNE, quanto à discussão da
ideologia de gênero. Janine reafirmou que o Ministério da Educação (MEC) é
contra qualquer discriminação sexual, inclusive durante a adolescência, quando
os jovens estão ainda descobrindo o corpo. Se não houver clareza em sala de
aula sobre o assunto, os estudantes ficam vulneráveis a problemas como gravidez
precoce, bullyng (situação caracterizada por agressões
intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva) e violência
sexual.
“As câmaras e assembleias
poderiam ter aprofundado outras questões”, afirmou o ministro. Durante a
tramitação do PNE no Congresso Nacional, a questão de gênero causou polêmica e
foi retirada do texto. O trecho suprimido dizia que as escolas deveriam
promover a igualdade de gênero, raça e orientação sexual. A expectativa era que
os planos estaduais e municipais avançassem no tema.
Além disso, Janine
defendeu a inclusão de crianças menores de 3 anos no período obrigatório da
educação, que vai dos 4 aos 17 anos. “Precisamos universalizar a creche, é uma
meta que tem que estar no nosso horizonte”, disse o ministro. A meta do PNE,
atualmente, é que metade das crianças com até 3 anos estejam na escola.
Base nacional comum
A proposta da base
nacional comum será lançada amanhã (16), informou o ministro. “Oexperimento deu certo em
vários países, principalmente na Austrália”.
Janine explicou que o
objetivo da proposta é cobrir 60% do currículo, mas que disciplinas como
matemática devem atingir percentual superior, enquanto matérias mais ligadas à
regionalidade como história, geografia, biologia e língua portuguesa terão
cobertura menor da base nacional. “No ensino médio, a base comum tem que
dialogar com o Enem”, disse o ministro.
Fonte: http://www.opotiguar.com.br/
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