ROGÉRIO
MARINHO APRESENTA PROJETO DE LEI QUE PREVÊ ATÉ PRISÃO PARA PROFESSOR
Mossoró Hoje – O deputado federal
Rogerio Marinho (PSDB-RN), titular da Comissão de Educação da Câmara dos
Deputados, propôs, no último dia 6 de maio, uma lei que torna crime o “assédio
ideológico” em ambiente escolar. O projeto prevê pena de detenção de três meses
a um ano e multa, com possibilidade de aumento da punição em 1/3 da pena, caso
o ato seja praticado por educadores ou “afete negativamente a vida acadêmica da
vítima”.
O projeto de lei pede alterações no
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para que seja incluído entre os
direitos da criança e do adolescente “adotar posicionamentos ideológicos de
forma espontânea, livre de assédio de terceiros”. O PL 1411/2015 também propõe
alterações no Código Penal para incluir o crime de “expor aluno a assédio
ideológico, condicionando o aluno a adotar determinado posicionamento político,
partidário, ideológico ou constranger o aluno por adotar posicionamento diverso
do seu, independente de quem seja o agente.”
Ao longo de cinco páginas, o PL
1411/2015 utiliza-se de trechos de material de apoio elaborado para o Congresso
Nacional do PT, intitulado “Caderno de Teses”, para compor sua justificativa.
Escrito por diferentes partidários do PT para evento que ocorreu neste final de
semana (de 11 a 14, em Salvador-BA), o documento apresenta trechos que, na
visão do deputado tucano, instigam a doutrinação nas escolas.
Um exemplo: “Não haverá mudança social
profunda no Brasil, se isto não for acompanhado por uma mudança cultural na
visão de mundo da maioria da população brasileira. Necessitamos tornar
hegemônicos os valores democráticos, populares e socialistas. Mas o que temos
assistido desde 2003 é uma reação das ideias conservadoras em todos os
terrenos. Isto se deve, em parte, ao fato de que não houve nenhuma mudança
estrutural no terreno da cultura, da educação e da comunicação. Ao contrário: o
grande capital e a direita não apenas mantiveram como ampliaram sua ofensiva em
cada um destes terrenos.”
Segundo Olgaria Chain Féres Matos,
professora de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP), as crianças e
adolescentes não formam seus posicionamentos de forma “livre”. Cabe ao educador
dar contextos e apresentar pluralidade para que construam aos poucos com
critérios. “Os alunos ainda não dispõem de um repertório cultural amplo que
permita decidir com segurança acerca de conteúdos disciplinares. No máximo,
conseguem repetir opiniões veiculadas pela mídia ou as da família ou outros”,
diz.
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É assim que o PSDB enxerga o ensino ideológico por agentes educacionais em todo o país. O deputado Rogério Marinho, coordenador tucano na Comissão de Educação da Câmara, considera um “constrangimento” todo e qualquer aluno receber algum posicionamento político, partidário ou ideológico por parte de professores ou coordenadores educaionais.
É assim que o PSDB enxerga o ensino ideológico por agentes educacionais em todo o país. O deputado Rogério Marinho, coordenador tucano na Comissão de Educação da Câmara, considera um “constrangimento” todo e qualquer aluno receber algum posicionamento político, partidário ou ideológico por parte de professores ou coordenadores educaionais.
Ao mesmo tempo que considera que “as
instituições de ensino, em sua essência, devem fornecer àqueles que atendem nos
seus bancos escolares o amplo acesso ao conhecimento, incorporando o
aprendizado por meio da pluralidade de metodologias, conceitos, concepções e
teorias em vigor”, o deputado potiguar afirma também que “A escola e o ambiente
acadêmico precisam ser blindados de qualquer assédio ideológico e partidário”.
Um posicionamento muito semelhante ao
que se viu na época da ditadura, onde professores da disciplina Organização
Social e Política do Brasil (OSPB) foram obrigados a ministrar conteúdos que
mostrasse ao jovem que o país tinha uma linha ideológica de pensamento e
posteriormente, com o fim do regime militar, foram banidos dos currículos
escolares. Enquanto o PSDB quer limitar o alcance do aprendizado, a mesma
Comissão de Educação da Câmara já aprovou a criação da disciplina Ética e
Cidadania, que estudará a constituição federal.
Para Marinho, “o verdadeiro professor
não é um doutrinador”. “Doutrinadores devem ser banidos do ambiente escolar
para o bem da nação. O professor, o mestre, apresenta todas as vertentes
ideológicas, políticas e partidárias, sem distinção, fazendo com que o aluno
possa formar suas convicções a partir de conhecimento profundo e amplo e do
exercício de sua liberdade cognitiva”.
Fonte: http://www.opotiguar.com.br/
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