Tenente Styvenson é ameaçado de morte e promete
‘peneirar’ Natal atrás dos autores
Vídeos que circulam pelas redes
sociais mostram dois homens xingando e ameaçando atropelar e dar cinco tiros na
cara do tenente
Vídeos que circulam pelas redes
sociais mostram dois homens xingando e ameaçando atropelar e dar cinco tiros na
cara do tenente
Depois
de conceder uma entrevista para o Jornal de Hoje na qual afirmava que as
ameaças e subornos contra ele tinham parado, o tenente Styvenson Valentim, do
Comando de Policiamento Rodoviário Estadual (CPRE) e coordenador da Lei Seca no
Estado, foi surpreendido nessa quinta (25), em pleno dia de Natal, por vídeos
nos quais dois homens aparecem ameaçando o tenente, que já disse que irá
prestar queixa e “caçar” ambos.
Em um dos vídeos, um homem que aparenta ter entre 30 e 35
anos, pede para o tenente esperá-lo em uma blitz em Pirangi. “Na volta quero
dar cinco tiros na cara daquele vagabundo”. Já no outro, dois homens
aparecem conversando e um deles afirma que irá dar um “soco na cara do tenente”
e que também irá “passar o carro por cima da perna dele. Homem é nós”. Nesse
momento, o rapaz ainda insinua que está armado. Nos dois casos, os homens não
se preocupam em esconder os rostos.
Na
entrevista concedida para o JH dessa quarta-feira (24), Styvenson tinham
destacado que as ameaças e tentativas de suborno haviam parado. “Realmente
aconteceram algumas situações ao longo do ano, principalmente no começo de
tudo. Pois tinha muito aquela questão, de que eu estava prendendo todo tipo de
pessoa. Para mim ali (na blitz) todos são iguais. Não importa quem seja ou o
cargo que ocupa. Quem estiver cometendo algum crime, vai ter que pagar por
aquilo. Mas questões de suborno e ameaças pararam. As pessoas perceberam que
isso não tem efeito nenhum comigo e nem com a minha equipe”.
Depois
de receber os dois vídeos com as ameaças, Styvenson disse que a primeira
providência será prestar queixa. “Ninguém gosta de receber ameaças. Porém,
nesses dois casos, além da ameaça física, eles também mostraram os rostos. Então
irei prestar queixa, sim. Mas se me perguntarem se fiquei com medo, eu direi
que não. Medo eu tenho apenas de Deus e de mais nada. Minha vida segue
normalmente. Eu tenho apenas pena dessas duas pessoas”.
Além da queixa, o tenente confirmou que irá “intensificar”
ainda mais as blitzen e que vai promover uma “caçada” até encontrar os dois
homens que o ameaçaram. “Se as pessoas estão achando que as minhas blitzen
estão duras, podem esperar que agora eu irei intensificar ainda mais. Vai ficar
muito pior. Um dia eu sei que esses dois irão cair na minha mão. Eu não vou
machucar ninguém não. Só irei cumprir a lei. Tenho certeza que eles não teriam
de coragem de falar isso na minha frente. O rosto dos dois eu não esqueço nunca
mais. Se querem beber, eles vão ter que se mudar do Rio Grande do Norte”.
Também
em contato com o JH, tenente Styvenson ainda reclamou das condições de trabalho
que tem para realizar as blitzen da Lei Seca. “Hoje faço 10% do trabalho que eu
poderia fazer. Faltam os meios para melhorar. Não tenho viatura, não tenho
guincho. Quero trabalhar e não me disponibilizam nada. Nenhum policial desse
ganha diária operacional, mas tem que trabalhar feito um jumento. Ninguém ganha
nada. Mas eu não quero ajuda financeira, quero meios”, disse na entrevista da
última quarta.
Sobre o assunto, o coronel Francisco Araújo, comandante
geral da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, afirmou que já existe um
planejamento para aumentar o efetivo para o tenente. Hoje, além de Styvenson,
apenas outro tenente e 12 PMs são responsáveis pela Lei Seca no RN. “O próprio
Styvenson está analisando alguns nomes. Depois ele irá nos passar e vamos
tentar integrar esses policiais na operação. Porém, como a blitz da Lei Seca é
uma operação conjunta, principalmente com o Detran, os policiais precisam se
oferecer para trabalhar no setor. Tem que ser algo voluntário. Mas dentro das
condições da PM, estamos fazendo o possível dar as melhores condições para que
o tenente faça o melhor trabalho possível”.
Em relação ao trabalho realizado por Styvenson, coronel
Araújo fez apenas elogios. “O trabalho que ele faz é muito importante. Ele não
está ali para prender ninguém. Ele está ali para preservar a vida. Quando o
tenente tira algum motorista embriagado do trânsito, ele está preservando a
vida daquela pessoa e de toda a população. Por isso o esforço que temos feito
para conseguir tudo o que o tenente precisa para fazer um bom trabalho”.
Coronel Araújo também comentou a “fama” do tenente, de
que ele trata todas as pessoas da mesma forma durante as abordagens,
independente de ser “autoridade” ou não. “Na última terça-feira (23) eu estive
com ele. Eu reforcei o que sempre venho dizendo. Se alguém se apresentar como
alguma autoridade, claro que existem as maneiras de se abordar esse tipo de pessoa.
Mas em relação ao crime de trânsito, todos são iguais. Se bebeu e dirigiu, não
importa o posto. Todos estão sujeitos ao Código de Trânsito Brasileiro”.
Fonte: http://jornaldehoje.com.br/
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