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terça-feira, 5 de março de 2013

MP investiga existência de grupo de extermínio na Grande Natal

Imagem ilustrativa

O Ministério Público do Rio Grande do Norte está investigando a existência de um grupo de extermínio atuando na execução de jovens e adolescentes que tinham cometido atos infracionais. A assessoria de imprensa do MP confirmou que há um grupo de promotores de Investigação Criminal tentando elucidar as ocorrências de homicídios desta espécie na Região Metropolitana O Ministério Público está fazendo um mapeamento dos casos, os dividindo por locais de maior incidência. Há também um trabalho de levantamento das investigações já iniciadas pela Polícia Civil para apontar os possíveis autores dos assassinatos.
A investigação do MP foi aberta depois do recebimento de dados levantados pelas 1ª e 3ª varas da Criança e da Juventude de Natal. Os titulares das duas varas, os juizes José Dantas de Paiva e Homero Lechner, constataram que, somente no ano passado, 325 menores de 21 anos de idade morreram na capital potiguar. O magistrado José Dantas confirmou que deste total, 70% foram vítimas de mortes violentas. Os números levam em consideração as pessoas com até 21 anos, porque esta é a idade máxima de cumprimento de medidas socioeducativas em virtude de infrações cometidas na adolescência.
São considerados adolescentes pessoas entre 12 e 18 anos de idade, com internação máxima de três anos em locais de recuperação através de medidas socioeducativas, segundo explicou o juiz Homero Lechner. Para ele, os índices de mortalidade destes jovens não são normais. "Estão matando os adolescentes, mas quem está fazendo isso é a polícia que precisa dizer", declarou. "A maioria dos adolescentes estava ligado a algum ato infracional, cujo processo ainda estava em andamento", revelou o magistrado Homero Lechner.
Os altos índices de assassinatos só foram percebidos porque depois de solicitar novas intimações direcionadas aos adolescentes, os magistrados recebiam a informação de que o óbito do menor de idade já havia acontecido. "Isso começou a se repetir e fomos percebendo essa coincidência estranha", explicou o juiz.
O Conselho Estadual de Direitos Humanos confirmou, através de seu presidente, Marcos Dionísio Medeiros Caldas, que os números de homicídios contra crianças, adolescentes e jovens de até 21 anos em 2013 chegou a 19 somente em Natal, sendo nove registrados em janeiro e os outros dez no mês de fevereiro. Há ainda um homicídio contra um jovem de 19 anos ocorrido ontem, ainda não contabilizado pelo Conselho, que fechou o número em 20.
De acordo com as informações repassadas por Marcos Dionísio, os bairros em que mais ocorrem os assassinatos são os de Felipe Camarão, Potengi e Lagoa Azul, com três casos registrados em cada um deles este ano. O presidente do Conselho também acredita na existência do grupo de extermínio. "É sabido que tem grupos de extermínio agindo na Grande Natal, resta saber quem faz parte deles", corroborou.
A Delegacia Geral de Polícia (Degepol) afirmou que não há qualquer atuação conjunta da Polícia Civil se atendo a investigar a ação de um possível grupo de extermínio que atue no Rio Grande do Norte. No entanto, o delegado geral Fábio Rogério não descarta esta possibilidade. "Muitos adolescentes que são apreendidos e depois ganham liberdade, seja por falta de vagas nos centros educacionais ou por outros motivos estão sendo alvo de assassinatos. Mas os casos são investigados isoladamente", explicou.

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