SOS CANGUARETAMA

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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

LEGALIZAÇÃO DA MACONHA. SERÁ?

Imagem meramente ilustrativa

Maconha: legalizar ou não?
Segundo estimativas de recente levantamento da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), 1,5 milhão de pessoas no Brasil são usuárias declaradas e habituais de cannabis sativa, conhecida popularmente como maconha. É um número considerável e que vem, a cada ano, se unindo para fortalecer um discurso que permeia, entre outros anseios, a liberdade de uso, cultivo e até comercialização da erva de maneira legalizada e que isente o usuário de qualquer punição. Mas, o que, de fato, eles desejam? Seria apenas a liberdade de uso individual? O I Encontro Nordeste Antiproibicionista, que ocorreu de 24 a 28 de setembro, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), reuniu diversas marchas da maconha da região e levantou questões de cunho social, cultural, econômico e até acadêmico, sobretudo para discutir a política nacional de drogas. O grande convidado do evento, inclusive, foi Henrique Carneiro, professor doutor da Universidade de São Paulo (USP), que falou a'OPoti/Diário de Natal (leia entrevista a seguir).
"De imediato lutamos pela descriminalização dos usuários de drogas e a regulamentação do cultivo caseiro de cannabis - pontos pautados no conjunto de reformulação do código penal, proposto por uma comissão de juristas e apresentada no Senado Federal - buscando a humanização na relação entre o usuário e o Estado", defende o manifesto antiproibicionista que resultou do encontro. Para Cauê Almeida Galvão, estudante de história da UFRN e articulador da Marcha Potiguar da Maconha, organizadora do encontro que reuniu cerca de 200 pessoas de cinco coletivos, iniciativas como esta - abraçada, sobretudo, pelo viés acadêmico - são importantes como meio de difusão da informação sobre o ponto de vista do usuário ou defensor da causa. 
"É preciso informar as pessoas sobre a questão das drogas. A maconha, que é na história das drogas ilícitas a mais consumida no mundo, nunca causou morte alguma. Já a história da proibição e da guerra travada para inibir o seu consumo acumulaum saldo de milhões de mortes por ano, dentre usuários, criminalizados, policiais e inocentes, por conta da força repressora do estado que usa a atual política de combate as drogas como meio de controle social das minorias e das classes menos favorecidas", relata, reforçando que a política de drogas no Brasil nunca obteve avanços sendo repressora. "Chega de violência gratuita, mortes, opressão e autoritarismo", diz Cauê Almeida.
A opinião é compartilhada por Tamara Silva, 21 anos, membro do Coletivo Plantando Informação, de Fortaleza/CE. "A gente percebe que o discurso está cada vez mais se unificando, apesar de cada coletivo ter suas particularidades e anseios. Encontros como esse legitimam a nossa luta e colocam em prática todas as experiências vivenciadas por cada grupo ou indivíduo", opina. Renio Torres, 28, da Marcha da Maconha de João Pessoa/PB, complementa: "Unir o Nordeste para debater esse assunto, que ainda é um tabu social muito grande, contribui para minimizar o preconceito, que aqui, na nossa região, é bem mais evidente que em outras". 
Diego Ventura, 29, do Coletivo Juízo Torrado, de Mossoró, também deu a sua opinião: "Tentamos trazer essa questão das drogas para a sociedade e, especialmente, quem é o usuário de maconha, que estuda, trabalha, tem uma vida normal. Em Mossoró, o assunto tem ganhado repercussão e até a mídia tem ajudado a repassar uma informação mais isenta à população", frisou. 
Fonte: Diário de Natal

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