Presidente: Dilma
Dilma testará novo estilo para salvar reeleição
Na pior semana de seu governo, com uma onda de protestos
violentos sacudindo o País, inflação em alta e popularidade em queda, a
presidente Dilma Rousseff criou uma espécie de gabinete de crise e rompeu o
isolamento do Palácio do Planalto. Avessa a negociações e alvo de críticas no
Congresso, ela foi obrigada a montar uma agenda de emergência para ouvir as
vozes das ruas, conter as insatisfações e abafar o coro do "Volta
Lula", que já começa a ser entoado na seara doméstica para pedir o retorno
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na eleição de 2014. Desde o
escândalo do mensalão, em 2005, o PT não enfrenta desgaste tão grande.
Com muitos nós para desatar, Dilma pretende agora testar um
novo estilo de governo para tentar virar o jogo e traçar a rota do projeto de
reeleição. Ajustes na política econômica para reagir à esperada redução de
dólares no Brasil, com o fim do programa de estímulos nos Estados Unidos, e
mudanças no núcleo político do Palácio do Planalto são aguardados para o
segundo semestre.
Habituada a centralizar
decisões e a formular sozinha as principais diretrizes políticas e econômicas,
a presidente encerrou a semana com a imagem de gerente desgastada, em meio a
uma sucessão de más notícias que deixaram o Planalto atônito. É nesse tumultuado
cenário que a presidente terá que negociar com aliados as composições para
2014.
O PMDB convocou reunião de
sua Executiva para terça-feira, a fim de discutir a crise e os obstáculos à
formação dos palanques com o PT nos Estados, como no Rio de Janeiro. "A
coordenação política do governo está sem força e ninguém mais aceita essa
história de dois palanques para Dilma", resumiu o líder do PMDB no Senado,
Eunício Oliveira (CE).
"Tem um bicho esquisito
aí", admitiu o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. "Quem
está na chuva é para se queimar e esses protestos também atingiram o PSDB e o
governador Geraldo Alckmin", completou o ministro das Comunicações, Paulo
Bernardo, fazendo um trocadilho. "Com certeza, alguma lição vamos tirar
dessa catarse", previu o ministro.
Dos problemas com a
demarcação de terras indígenas, passando por boatos sobre o fim do programa
Bolsa Família, vaias na abertura da Copa das Confederações, escalada da
inflação, "Pibinho", atritos com o PT e o PMDB e, agora, a fúria nas
ruas, tudo pareceu conspirar para o inferno astral do governo, nos últimos
dias. Para recuperar o apoio perdido, Dilma acertou com Lula que mudará a
estratégia política, chamando, por exemplo, representantes de movimentos
sociais para conversas periódicas. As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.
Fonte: http://br.noticias.yahoo.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário