Dilma Rousseff está entre os piores líderes dos países
emergentes
Apesar
de a situação macroeconômica brasileira não ser nada animadora, as perspectivas
de mudança em 2015 não trazem nenhum alívio, segundo aponta um estudo da
consultoria britânica Trusted Sources, especializada em mercados emergentes.
Em um ranking sobre o ímpeto reformista de sete líderes
de países emergentes, a presidente Dilma Rousseff aparece em quinto lugar,
melhor apenas que o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e o presidente
da África do Sul, Jacob Zuma.
A consultoria atribuiu nota para os chefes de governo,
variando de +2 a -2, e vai atualizar essas avaliações a cada dois meses. Nessa
primeira etapa, Dilma obteve nota -1,5.
“A presidente reeleita precisa se comprometer com uma
reformulação das políticas econômicas, em meio a crescentes problemas
econômicos e um grande escândalo de corrupção”, diz a Trusted Sources, se
referindo às denúncias envolvendo a Petrobras.
O capítulo sobre o Brasil, intitulado “A verdadeira Dilma
poderia por favor se levantar?”, afirma que as políticas econômicas heterodoxas
da presidente, juntamente com condições externas adversas, levaram o País para
a recessão.
A mensagem da candidata durante a campanha presidencial
foi clara: as políticas ortodoxas da oposição resultariam em aumento do
desemprego e colocariam em risco as conquistas sociais dos governos do PT.
“Porém, pouco após a eleição, ela começou a indicar que
poderia abandonar seu modelo ‘Dilmanomics’ e adotar um caminho mais ortodoxo”,
afirma o texto, assinado pela pesquisadora Elizabeth Johnson.
A analista aponta que Dilma indicou o “ultraortodoxo”
Joaquim Levy para comandar o Ministério da Fazenda, o que agradou os
investidores, embora nem todos estejam convencidos de que ela dará autonomia
para o subordinado.
O relatório comenta que o pito passado por Dilma no novo
ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, sobre mudanças na fórmula de reajuste
do salário mínimo, mostra que ela parece não ter mudado a postura do primeiro
mandato.
“O incidente confirma que a inclinação da presidente para
controlar de perto seus ministros não desapareceu. Também ressalta a difícil
batalha para impor medidas de austeridade ao governo, sendo que a maioria delas
precisa ser aprovada não só por Dilma, mas também por um Congresso
fragmentado”, afirma o texto.
A análise chama atenção ainda para o escândalo da
Petrobras, que pode afetar a popularidade de presidente, que por vários anos
comandou o conselho de administração da companhia.
“Dilma precisará transformar-se em uma hábil política,
algo para o que ela mostrou pouco interesse ou capacidade nos últimos anos. Se
não conseguir fazer isso, se tornará testemunha da destruição da Petrobras e
estagnação da economia”, afirma Elizabeth.
Ranking
O país mais promissor no ranking de ímpeto reformista da
Trusted Sources é a Índia, comandada por Narendra Modi, com uma nota +1,5. Em
seguida aparece a Indonésia, do presidente Joko Widodo (também nota +1,5),
seguida pela China, de Xi Jinping (+1).
O México é o quarto do ranking, com o presidente Enrique
Peña Nieto recebendo uma nota +1.
“Os líderes desses quatro países sobre os quais nós temos
uma avaliação positiva precisam entregar resultados em 2015 em meio a condições
econômicas desafiadoras. Nós analisamos o impacto pessoal e políticas de cada
um deles, sob a luz do contexto político e social, além de considerar as forças
aparentemente inexoráveis da lógica econômica”, diz o relatório.
“Aqueles que reconhecem a necessidade de mudanças
estruturais e estão preparados para investir seu capital para superar os
obstáculos políticos e sociais representam a melhor chance de uma retomada nos
prospectos de uma expansão sustentável para as economias emergentes”,
acrescenta.
Fonte: http://jornaldehoje.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário