Governo mantém
decisão de reajustar gasolina este ano apesar de fim da defasagem, diz fonte
O governo brasileiro mantém a decisão
de reajustar o preço da gasolina ainda este ano, mesmo diante do fim da
defasagem entre os preços praticados no exterior e no mercado local, disse à
Reuters uma fonte governamental com conhecimento sobre o tema.
A decisão se
baseia, entre outros aspectos, na necessidade de melhorar o caixa da Petrobras,
que vinha sofrendo com a venda do combustível no mercado doméstico por um preço
inferior ao do mercado externo.
"Está
mantida a decisão de que seja cumprida a regra anual de reajuste da
gasolina", disse a fonte que pediu para não ser identificada.
A gasolina
vendida pela Petrobras às distribuidoras de combustíveis está agora mais cara
do que a média dos valores em prática no mercado externo, devido à queda
acentuada do preço do petróleo, mostrou um relatório do Credit Suisse divulgado
nesta terça-feira (14).
Conforme analistas do banco, o preço
da gasolina no mercado internacional está 1% mais baixo do que os valores no
mercado doméstico brasileiro. Em 25 de setembro, os preços internacionais da
gasolina estavam 24,3%acima dos preços no mercado doméstico.
De acordo com
a fonte, a cotação internacional do petróleo não é o único critério avaliado
para se decidir sobre o reajuste de combustíveis.
"A
Petrobras carregou a defasagem dos preços durante um período e isso tem que ser
considerado", disse.
De janeiro a
setembro deste ano, a defasagem dos preços da gasolina foi de 17,3%, em média,
segundo o Credit Suisse.
O governo
vinha sendo cobrado pelo mercado para reajustar os preços dos combustíveis, por
conta dos seguidos prejuízos da divisão de Abastecimento da Petrobras.
O reajuste do
preço da gasolina deve pressionar ainda mais a inflação, que está rodando acima
do teto da meta da inflação em 12 meses.
Ainda de
acordo com a fonte, há também a estratégia de manter a política de reajuste
anual a fim de evitar movimentos bruscos nos valores internos, tanto em
períodos de alta do barril do petróleo no mercado externo quanto em períodos de
baixa da cotação.
A inversão na
defasagem do preço interno da gasolina, segundo o relatório do Credit Suisse,
foi motivada principalmente pela redução de 19,2% do preço do combustível no
mercado externo, de 25 de setembro até 3 de outubro, em um cenário de queda
progressiva da cotação do barril do petróleo. Também contribuiu a apreciação de
1,4% do real frente o dólar no período.
O preço da
gasolina foi reajustado pela última vez no Brasil em novembro do ano passado,
quando a Petrobras anunciou aumento médio de 4% da gasolina e de 8% no diesel
nas refinarias. Na época, especialistas calcularam que a alta da gasolina ao
consumidor seria de cerca de 3%.
Fonte: http://noticias.r7.com/
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