Dilma assina decreto autorizando migração de rádios
AM para FM
Brasília - No Dia do Radialista, a presidenta
Dilma Rousseff assinou hoje (7), em cerimônia no Palácio do Planalto, o decreto
que permite a migração das rádios AM para a faixa FM. O decreto atende a um
pleito do setor, preocupado com o aumento dos níveis de interferência. No
discurso, Dilma disse que as rádios AM são um patrimônio do país e que o Estado
deve dar as condições para que elas continuem prestando serviços e se
adaptando.
A presidenta também relembrou programas da Rádio
Nacionalque ouvia na infância, de vozes e artistas que fizeram sucesso no
veículo de comunicação. Segundo ela, seu programa semanal no rádio, o Café
com a Presidenta, propicia chegar mais perto da população, como uma
conversa.
Antes da cerimônia, na conta no Twitter,
Dilma escreveu que a migração das rádios AM para FM significará mais qualidade
de transmissão com menos ruídos e interferências, permitindo às emissoras de
rádio ampliar a audiência. “Sou fã de rádio. Cresci ouvindo radionovelas e por
muito tempo testemunhei como o rádio foi o eixo da integração da cultura e da
identidade nacional.”
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio
e Televisão (Abert) estima que 90% das 1.784 emissoras AM passem a operar na
faixa FM. “Nessa frequência, as rádios ganharão qualidade de áudio e de
conteúdo, competitividade e alcance por meio de telefones celulares”, informou
a associação. Segundo o presidente da Abert, Daniel Slavieiro, “a assinatura do
decreto é o fato mais relevante para o rádio AM nos últimos 50 anos”. Segundo
ele, o custo da migração para as rádios, na compra de equipamentos, será de
aproximadamente R$ 100 milhões
Slavieiro explicou por que migrar para a
faixa FM em vez de partir direto para a rádio digital. “Por muito tempo
acreditamos que a solução seria a digitalização, mas os testes demonstraram que
as dificuldades no AM digital são similares às no analógico”, disse,
acrescentando ainda a importância da presença nos dispositivos móveis, cada vez
mais populares entre a população. “Somente transmitindo na faixa de FM que
seremos sintonizados pelos mais de 160 milhões de aparelhos celulares que têm
rádio, sem custo algum para o usuário. Essa é a importância da medida.”
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo,
disse que os interessados na migração poderão protocolar requerimento no
ministério a partir de 1º de janeiro de 2014. Quem quiser se manter na AM
poderá manifestar interesse em ampliar a cobertura nessa faixa. “Para a
migração, a Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações] fará estudos de
viabilidade técnica com vistas a verificar se a inclusão de um novo canal é
possível”, explicou o ministro.
Segundo Bernardo, durante um certo tempo será
permitido que as rádios transmitam em AM e FM, para que haja a migração da
audiência “sem sobressaltos”. “Na hipótese de não haver canal de rádio FM
disponível na localidade, serão usadas as frequências ocupadas atualmente pelos
canais 5 e 6 de televisão, após finalizado o processo de digitalização da
televisão”, disse.
Fonte: Agência Brasil
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