Estudantes
sobrevivem de doações
Com 68 anos de existência, a Casa do
Estudante do Rio Grande do Norte continua enfrentando dificuldades financeiras,
por depender, praticamente, do poder público para se manter. Hoje, 150
estudantes oriundos do interior do Estado, principalmente, passam por
privações, porque os dois fornecedores de cereais, carne bovina e frango
deixaram de entregar as mercadorias há pelo menos 20 dias, porque a Secretaria
Estadual do Trabalho e Ação Social (Sethas) não fez o pagamento. O estoque de
comida, que restou de doações, só deve durar por mais dois dias.
Além do mais, o pavimento superior e algumas
salas, inclusive quartos, estão interditados pela Defesa Civil do Município,
por conta de infiltração de água, janelas e portas estão quebradas, e toda a
sua infraestrutura física está comprometida. Depois de passar por reformas em
1994 e 1998, a Casa do Estudante passou por uma minirreforma em 2007, “quando
fizeram só uma maquiagem”, segundo o estudante Antonio Henrique Braga.
Já o estudante Genesis Medeiros conta que,
hoje, os estudantes sobrevivem de doações, “a última feita pela Escola Estadual
Winston Churchill, que doou uma parte de sua merenda escolar”. Segundo
Medeiros, a única renda da Casa do Estudante é o pagamento de uma taxa mensal
no valor de R$ 25,00 – que tem de ser feito pelos moradores entre os dias 10 e
16 de cada mês - e é usado para pagar alguns funcionários, como cozinheiro e
auxiliar de serviços gerais.
Além da falta de comida e de material de
limpeza, os estudantes alegam que também se preocupam com a insegurança -
porque os três guardas patrimoniais que existiam foram chamados de volta pelo
governo. “A gente paga uma pessoa para abrir e fechar o portão a partir das 23
horas”, relatou Antônio Braga. José Bezerril Júnior informou, ainda, que já
algum tempo a Casa do Estudante deixou de contar com os convênios das
prefeituras, que de alguma forma colaboraram com recursos financeiros para os
estudantes que vinham do interior.
O presidente da Casa, o estudante Jorge
Danilo, disse que o fornecedor de feijão, macarrão, açúcar, cuscuz e arroz,
além de outros gêneros alimentícios não recebeu o pagamento o ano todo,
enquanto o fornecedor de frango e carne de boi ainda recebeu o pagamento de
dois meses. A TRIBUNA DO NORTE tentou falar com a secretária estadual de Ação
Social, Paula Valéria de Almeida Rodrigues, mas o telefone celular funcional
dela estava na postal e ela não se encontrava na sede da Secretaria, no final
da tarde de ontem.
Em 5 de março do ano passado começou a tramitar uma ação judicial, para obrigar o Governo do Estado fazer a reforma do histórico prédio da Casa do Estudante. Já em 2 de agosto, o então juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública de Natal, Everton Amaral de Araújo, deu prazo de 90 dias para a Fundação José Augusto (FJA) e o governo elaborasse um projeto básica para a reforma do prédio até o fim deste ano. O governo recorreu ao Tribunal de Justiça (TJ) em 16 outubro de 2013.
Em 5 de março do ano passado começou a tramitar uma ação judicial, para obrigar o Governo do Estado fazer a reforma do histórico prédio da Casa do Estudante. Já em 2 de agosto, o então juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública de Natal, Everton Amaral de Araújo, deu prazo de 90 dias para a Fundação José Augusto (FJA) e o governo elaborasse um projeto básica para a reforma do prédio até o fim deste ano. O governo recorreu ao Tribunal de Justiça (TJ) em 16 outubro de 2013.
Fonte: Tribuna do Norte
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