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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Líder das fraudes do Idema afirma participação de políticos no esquema


A operação Candeeiro, que desarticulou um esquema que desviou mais de R$ 30 milhões do Idema também contou com participação de agentes políticos, afirmou Gutson Reinaldo, apontado pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte como líder das fraudes. Ele também disse que já sabia da operação mesmo antes de ela ser deflagrada, através de informações vazadas de dentro do MP. As declarações foram dadas na manhã desta segunda-feira (22), em depoimento do réu, diante do juiz Guilherme Newton Pinto, da 6ª Vara Criminal de Natal. 

 De acordo com Gutson, ex-diretor administrativo do órgão, o deputado estadual Ricardo Motta o manteve no cargo após o rompimento político entre a ex-governadora Rosalba Ciarlini e o então vice-governador Robinson Faria. Ele havia sido indicado no início da gestão por Robinson Faria. "Um dia o deputado Ricardo Motta me chamou para conversar. Disse que precisava de R$ 8 a 10 milhões, porque tinha contas de eleições anteriores", afirmou.
 O réu ainda explicou que na divisão dos recursos ele ficava com 20%, 60% era repassado ao deputado e outros 20% eram divididos entre os outros servidores do Idema que participavam da fraude e os donos das empresas que eram envolvidas no esquema.
 Questionado durante a audiência pelo seu advogado, Fabio Holanda, Gutson ainda afirmou que as solicitações de recursos aumentaram no período das eleições de 2012. O advogado perguntou se em algum período o uso do esquema foi ampliado. "Ele (o deputado) alegava que precisava de recursos para cumprir compromissos políticos, que ele não estava conseguindo mais em outos órgãos", disse. Ele ainda aelgou que se sentia pressionado a enviar recursos, tendo inclusive que tomar remédios para se alcamar.
 O réu ainda garantiu que desconhecia como funcionava o esquema de desvio. Ele apenas assinaria os ofícios usados para liberar os recursos do banco para as empresas. Essas empresas, que não tinham qualquer contrato com o Idema, devolviam o dinheiro ao grupo, para ser rateado. Conforme o depoimento, os ex-chefe do setor financeiro Clebson Bezerril (que assinou acordo de delação premiada), era o responsável pela parte técnica do esquema, sendo o que melhor conhecia o sistema de controle do estado. "Nunca entendi como era essa engrenagem", apontou o réu.  
 Vazamentos
 O réu ainda disse que soube das duas operações (da que o prendeu e a Dama de Espadas, na ALRN) através de um pai de santo que ele conheceu na casa da sua mãe, Rita das Mercês Reinaldo. O homem identificado como Rafael Sobral Pinto virou sócio de uma das empresas de Gutson após o envolvimento no esquema. Pouco antes da operação, ele teria pedido ao diretor do Idema R$ 20 mil para pagar um informante dentro do Ministério Público. Ainda de acordo com o réu, o pai de santo teria fontes dentro do órgão de investigação e conseguido até subtraído documentos de dentro do MP. 
 Gutson também disse que Clebson foi informado do esquema através de um informante, de dentro do MP, conhecido apenas como Tony, que teria o alertado a respeito das operações Dama de Espadas e Candeeiro. Rita das Mercês foi presa 15 dias antes do seu filho, suspeita de liderar um esquema de desvios na Assembleia Legislativa do RN, onde era procuradora-geral, durante a operação Dama de Espadas. 
O juiz Guilherme Newton Pinto, da 6ª Vara Criminal, não permitiu que os advogados e promotores fizessem perguntas a respeito da possível participação do deputado e de promotores, devido ao fato de eles terem foro privilegiado, o que torna a primeira instância judicial impedida, por lei, de apurar tais informações.
Além de Gutson Reinaldo, depuseram nesta segunda-feira (21) os réus Handerson Raniery Pereira, Elmo Pereira da Silva Junior, Ramon Andrade Barcelar Felipe Sousa, Antônio Tavares Neto e Euclides Paulino de Macedo Neto.

Fonte: http://novojornal.jor.br/

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