Inflação é maior preocupação para campanha de Dilma, diz Temer
O vice-presidente Michel
Temer (PMDB) considera a inflação a maior preocupação da campanha para reeleger
a presidente Dilma Rousseff, apesar de repetidas declarações da equipe
econômica e da própria presidente de que os preços estão sob controle.
No front político, Temer não acredita que a
divisão de seu partido tenha força suficiente para causar danos eleitorais nem
a Dilma nem a ele.
"O que vai
acontecer agora, é que não se deixe ultrapassar o teto (da meta de inflação).
Estamos já em agosto e temos que segurar um pouco, (usar) políticas econômicas
que impeçam a inflação", disse Temer em entrevista à Reuters nesta
quarta-feira.
"Porque quando
vem a inflação há um fato muito negativo para o governo", argumentou o
vice, que compõe novamente a chapa com Dilma. Temer, no entanto, não deu
detalhes de que medidas o governo poderia adotar daqui até a eleição em
outubro.
A inflação alta e o
baixo crescimento econômico também foram as principais preocupações discutidas
com os partidos da aliança de Dilma numa reunião no Palácio da Alvorada, na
terça-feira.
"No ano passado,
se vocês se recordam bem, em agosto e julho, eu mesmo achei como
vice-presidente que a inflação iria desandar, que voltaria a 15 ou 18 por
cento, porque era tal o noticiário, tal a aflição em relação à inflação que eu
mesmo fui influenciado por isso. Curiosamente, quando chegou no fim do ano não
ultrapassou o teto", disse.
O IPCA, índice que
baliza a meta do governo, ficou no incômodo patamar de 6 por cento ao ano em
todo o governo Dilma e ameaça romper em 2014 o teto da meta, que é de 4,5 por
cento com margem de dois pontos para mais ou para menos.
Desde o começo do
ano, o governo federal tem tentado represar os preços administrados, evitando o
reajuste dos combustíveis ou o repasse de prejuízos do setor elétrico para as
tarifas dos consumidores.
Além disso, para
conter a inflação, o Banco Central tirou a taxa básica de juro Selic da mínima
histórica de 7,25 por cento em abril do ano passado e a elevou até 11 por cento
em abril deste ano, quando interrompeu o ciclo de aperto monetário.
Apesar de reconhecer
que a inflação será explorada pela oposição durante a campanha, Temer avalia
que o efeito sobre os eleitores pode ser limitado.
"Nós não temos
desemprego e a renda ainda está em alta. Não temos queixa do que eu chamo de
economia do cotidiano. Na economia do cotidiano, o povo está satisfeito porque
de qualquer maneira o emprego ainda subsiste e a pessoa melhorou seu padrão de
vida", disse o vice-presidente.
A geração de emprego,
no entanto, tem se mostrado cada vez mais fraca nos últimos meses e na
indústria já há mais demissões do que contratações, além da alta dos preços que
afeta o poder de compra mesmo com a renda subindo.
Esses aspectos, junto
com o baixo crescimento da economia, têm sido alvo das principais críticas dos
candidatos de oposição.
Temer admite que esse cenário, somado às
críticas da oposição, cria um clima de pessimismo em relação à economia que
pode afetar os eleitores e a campanha de reeleição.
"Nós temos
adversários e eles pregam que está tudo errado", disse. "Quem lê,
assiste os noticiários na TV, vê as redes socais fica naturalmente preocupado.
Quem tem emprego pensa: 'Será que vou perder meu emprego?' Isto gera uma certa
preocupação", afirmou.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/
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