Reajuste do Bolsa Família custará ao governo
R$ 1,7 bilhão este ano.
BRASÍLIA - A ministra do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome (MDS), Tereza Campello, afirmou nesta sexta-feira, 2,
que o impacto financeiro do reajuste de 10% do Bolsa Família será de R$ 1,7 bilhão este
ano. Para 2015, de acordo com a ministra, o custo da medida anunciada pela
presidente Dilma Rousseff em cadeia nacional de rádio e de televisão será de R$
2,7 bilhões.
Os valores apresentados pelo governo estão
acima daqueles previstos por economistas ouvidos pelo Broadcast, serviço em
tempo real da Agência Estado, que calcularam um impacto de R$ 3,6 bilhões para
a correção do principal programa de distribuição de renda do governo federal.
Segundo a titular do MDS, que convocou uma coletiva de imprensa nesta tarde, no
Palácio do Planalto, para detalhar o aumento, o valor cabe no Orçamento da
União e já estava previsto no decreto de contingenciamento.
"Esse impacto estava previsto quando o
governo soltou o decreto para fazer a programação do ano e cabe dentro do
Orçamento", justificou Tereza. Ela ainda destacou que o Bolsa Família é
uma prioridade do governo e que nunca foi alvo de contingenciamento.
Oposição. A ministra também rebateu as
críticas da oposição ao reajuste do Bolsa Família. Sem citar nomes, ela se
referiu a declarações do pré-candidato do PSDB à presidência, senador Aécio
Neves (MG), que, nessa quinta-feira, 1º, disse que a presidente
"mente" à população ao dizer que a correção do benefício permite que
a remuneração chegue a um "patamar mínimo estabelecido pela ONU
(Organização das Nações Unidas)". O PSDB, partido presidido por Aécio,
divulgou nota no mesmo sentido, argumentando que a linha da extrema pobreza
estabelecida pela ONU é de US$ 1,25 per capita dia, o equivalente a R$ 83 (e
não os R$ 77 estabelecidos pela correção concedida por Dilma).
Em coletiva no Palácio do Planalto, a
ministra contra-atacou num tom duro e disse que, ao fazer esse tipo
questionamento, a oposição está sendo "eleitoreira". "Por que
vão questionar agora? Esse questionamento é eleitoreiro. É leviano acharem que
as políticas públicas brasileiras possam variar segundo o dólar. Tem que saber
fazer a conta". Segundo a ministra, o cálculo para o benefício seguiu
parâmetros já adotados em outras ocasiões - paridade e poder de compra - e as
famílias atendidas pelo Bolsa Família tiveram ganhos acima da inflação no
governo Dilma Rousseff. "Dá mais de 40% de reajuste real (acima da
inflação) no valor médio recebido pelas famílias nesses três anos e meio",
afirmou.
Ela ainda alfinetou a oposição argumentando
que diversos reajustes foram concedidos durante o governo Dilma e que a
"novidade" é que hoje as pessoas "estão preocupadas com o Bolsa
Família como não estavam em 2011". "Agora isso parece surpreender,
mas estamos num ritual normal, previsto e previsível".
Na noite de 30 de abril, em seu
pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão pelo Dia do Trabalho, a
presidente Dilma Rousseff anunciou o reajuste de 10% para os 36 milhões
beneficiários do Bolsa Família, além da correção de 4,5% da tabela do Imposto
de Renda da Pessoa Física em 2015. Em nota, o Ministério da Fazenda afirmou
que, pela anualidade, as alterações na tabela do IR precisam ser feitas em 2014
para valerem no ano seguinte. Já o aumento do pagamento do Bolsa Família entra
em vigor a partir de 1º de junho, de acordo com o MDS.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/Enquanto isso:
O salário mínimo teve aumento de 6,78%.
O piso salarial dos professores teve reajuste de
8,32%.
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