Câmara derrota Dilma e cria comissão
da Petrobras
Na estreia do PMDB como
“bancada independente”, governistas se aliam à oposição para aprovar colegiado
que irá apurar denúncia de pagamento de propina por empresa holandesa a
funcionários da estatal
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267 votos a 28, a
Câmara impôs nova derrota ao governo Dilma, aprovando a criação de uma comissão
externa para apurar denúncias de corrupção relacionadas à Petrobras. Houve
ainda 15 abstenções. A votação marcou a “estreia” do PMDB como “bancada
independente” em relação ao governo, conforme decidiu a maioria de seus
integrantes nesta tarde. Outros partidos da base, como o PR, o PTB e o PSC,
também votaram com a oposição.
A comissão deve ir até a Holanda para apurar
denúncias de que uma empresa com sede no país pagou propina a funcionários da
estatal brasileira para conseguir contratos de locação de plataformas
petrolíferas entre os anos de 2005 e 2012. A denúncia, feita por um ex-executivo da
empresa SBM Offshore, é investigada pelo Ministério Público holandês.
O governo é contra a investigação
e diz que a criação do colegiado atende apenas a interesses eleitoreiros da
oposição. Antes da aprovação do requerimento que criou a comissão externa, o PT
propôs que o pedido fosse retirado da pauta. Teve o apoio do bloco PP/Pros, do
PSD e do PCdoB. Mas foi derrotado, por 216 votos a 38 e 11 abstenções. Na
votação do requerimento de criação, os votos da bancada petista e de outros
aliados, como o PCdoB e o Pros não contaram, porque os partidos se declararam
em obstrução.
Antes mesmo do anúncio do
resultado da votação, a oposição já comemorava. “É uma noite histórica”,
declarou o líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA). “Nunca vi tanta
articulação de bastidores nesta Casa. É uma vergonha o que o PT está fazendo. O
partido da ética não quer deixar ninguém apurar corrupção”, acusou o líder do
Solidariedade, Fernando Francischini (PR).
O líder do governo na Câmara,
Arlindo Chinaglia (PT-SP), protestou contra a aprovação do requerimento. “Não
há nem apoio regimental para o pedido, e nem tampouco uma comissão externa tem
poder para chegar em outro país e adentrar uma investigação que eventualmente
esteja sendo feita”, afirmou Chinaglia. “Entendo que a oposição e parlamentares
insatisfeitos na base queiram desgastar o governo, mas não podemos fugir à
discussão de mérito do pedido”, afirmou.
Para tentar evitar a criação
da comissão externa, o líder do governo na Câmara anunciou que os ministros
José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Jorge Hage, da Controladoria-Geral da União
(CGU), irão à Câmara nesta quarta-feira (12) para falar aos deputados sobre as
investigações das denúncias. A oposição insiste na criação de
uma CPI mista
(formada por deputados e senadores) para investigar a estatal.
Segundo um ex-funcionário da
empresa holandesa, a SBM Offshore pagou US$ 139 milhões para funcionários da
Petrobras e intermediários entre 2005 e 2011. Em troca, os holandeses cobravam
o fechamento de contratos com a estatal brasileira. De acordo com a denúncia, a
propina equivalia a 3% dos valores dos contratos e era dividida da seguinte
maneira: 1% ia para o representante comercial da SBM no Brasil e 2% para
funcionários da Petrobras.
Fonte: http://congressoemfoco.uol.com.br/
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