SOS CANGUARETAMA

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terça-feira, 1 de março de 2016

Aedes aegypti pode transmitir doença para cães e gatos


A proliferação do mosquito Aedes aegypti deixou de ser uma ameaça sanitária apenas para os humanos, o inseto é também uma preocupação para animais domésticos. O vetor de enfermidades como dengue, zika e chikungunya pode causar a zoonose dirofilariose, conhecida popularmente como “verme do coração”.

 A doença tem como principal hospedeiro o cão, mas outros animais também podem alojá-lo, como é o caso dos gatos e das raposas. Os humanos também podem ser acometidos pela patologia e apresentam outras especificidades.
Após o pet ser picado pelo mosquito, as larvas evoluem para parasitas adultos, localizando-se principalmente em artérias pulmonares e, em casos mais graves, no coração explica a médica veterinária e professora, Mayra Lima, da Universidade Potiguar.  Já alojado, o parasita pode atingir até 20 centímetros de comprimento.
 “Ao picar o animal esse parasita vai chegar a corrente sanguínea e vai se instalar principalmente no pulmão e coração para logo morrerem no próprio hospedeiro”, conta. Ainda segundo ela, a partir daí começa a desencadear a doença. “Como ele fica acumulado na região, ele vai causar vários edemas no local”, contou.
 Os animais podem apresentar quadros de insuficiência respiratória, tosses e até uma parada cardiorrespiratória. Outros sinais clínicos mais comuns observados são tosse e intolerância ao exercício com episódios de cansaço, dispneia e ruídos cardíacos. Entretanto, o bichinho também pode viver a vida inteira com o parasita e não demonstrar os sintomas, bem como pode registrar um agravamento do quadro e vir a óbito. 
Por ser facilmente cofundida com outras enfermidades, os proprietários devem ficar atentos à dirofilariose. “Por exemplo, pode ser confundido com obesidade, mas o que as pessoas não atentam é que as duas doenças podem estar associadas, por isso é importante procurar um especialista assim que perceber algo errado com o animal”, ressaltou a veterinária.
 Muito presente em regiões litorâneas, como é o caso de Natal e cidades próximas, a especialista alerta para os cuidados com os animais. “A gente pede que os proprietários evitem levar seus pets a locais como as praias já, que somos uma região endêmica”, pontua.
 A advogada Virgínia Campos, proprietária do Schnauzer Sheriff, de dois anos, não dispensa a companhia do bichinho durante os momentos de folga na praia, mas também não deixar de tomar cuidado para protegê-lo. “Quando estamos na casa de praia sempre que dá a hora critica de concentração de mosquitos, eu o botava para dentro de casa”.
 Segundo Lima, esse período de pós-veraneio é o que registra o maior número de casos. Por isso, quando o bichinho chega apresentando sintomas característicos da zoonose logo a primeira desconfiança é pela dirofilariose. Nesse caso é feita uma busca de todo um histórico do paciente para saber por onde ele passou e fechar um diagnóstico e iniciar o tratamento que normalmente é feito a base de um vermífugo.
 PREVENÇÃO 
 A prevenção é a única arma contra a doença causada pelo mosquito Aedes aegypti. A precaução não é muito diferentes do que as pessoas estão habituadas a fazer no combate a dengue, zika e chikungunya. Uma dica é evitar expor o animal em regiões costeiras já que o mosquito se beneficia com o clima. Também é fundamental o combater os focos de acúmulo de água que se tornam locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. Para isso, é importante não permitir que água parada fique acumulda em recipientes, como embalagens, copos plásticos, pneus, vasos de plantas e lixeiras, entre outros.
 Além disso, é importante escovar as paredes internas de recipientes que acumulam água; manter totalmente fechadas cisternas, caixas d’água e reservatórios provisórios tais como tambores e barris; guardar pneus em locais protegidos das chuvas; bem como latas e garrafas emborcadas para não reter água; mão cultivar plantas aquáticas e limpar periodicamente, calhas de telhados, marquises e rebaixos de banheiros e cozinhas, não permitindo o acúmulo de água.
 A doença é considerada silenciosa, pois dificilmente o animal demonstrará sinais clínicos após a picada. “Há estudos que afirmam que até 85% dos cães contaminados não apresentam sintomas até o estágio avançado da doença, ou seja, pode conviver com o verme durante anos sem apresentar qualquer sinal”, alerta Rodrigo Monteiro, professor do curso de Medicina Veterinária da Universidade Anhanguera de São Paulo.
 Quando o verme atinge a idade adulta ele provoca nos cães dificuldade de respirar, cansaço, tosse e perda de peso, sintomas de insuficiência cardíaca, podendo levar a morte. “Assim que os sintomas forem observados é preciso buscar ajuda de um Médico Veterinário, que pedirá exames laboratoriais e de imagem para identificar o verme”, ressalta o veterinário.
 Serviço:
O que é Dirofilariose?
 A dirofilariose é causada pelo filarídio Dirofilaria immitis. O verme ataca preferencialmente cães, mas também gatos. Esta enfermidade é muito comum em cidades litorâneas e de clima quente. A enfermidade transmitida por mosquitos fêmeas do gênero Aedes Aegypti. Os sintomas da doença variam, sendo que devido aos problemas causados no coração, mesmo após o tratamento, alguns animais ainda podem apresentar quadros mais severos. Os sintomas começam a aparecer entre quatro a seis meses após o contato com o mosquito.
 O animal, de forma geral, apresenta cansaço fácil, falta de resistência a exercícios, tosse crônica, apatia, respiração ofegante, perda de peso e acúmulo de líquidos no abdômen, além de problemas renais e hepáticos. Por outro lado, alguns cães podem conviver com o verme durante anos sem apresentar qualquer sinal. No entanto, quando os sintomas começarem a aparecer, a doença já estará bem mais avançada. As dirofilárias adultas podem medir entre 15 a 35 cm e vivem, principalmente, dentro das artérias pulmonares e do coração do cão. Em cães, os vermes adultos podem obstruir vasos grandes sanguíneos que ligam o coração aos pulmões. Os vermes também podem entrar nos vasos menores nos pulmões e os obstruírem. Em casos mais graves, chamados de “síndroma caval”, os vermes enchem o ventrículo direito do coração.

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