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Escolas têm calendários diferenciados em 2014 em
razão da Copa
No ano da Copa do Mundo, as escolas estabeleceram
calendários diferenciados: umas optaram por férias mais longas no meio do ano,
para englobar todo o período de jogos, outras por liberar os alunos nos
horários ou mesmo nos dias de jogo. Em todos os casos, o mínimo de 200 dias
letivos e de 800 horas no ano estabelecido na Lei de Diretrizes e Bases da
Educacao Nacional (9.394/1996) devem ser cumpridos.
A Lei Geral da Copa
(12.663/2012) estabelece que os sistemas de ensino ajustem os calendários
escolares de forma que as férias das redes pública e privada abranjam todo o
período da Copa, de 12 de junho a 13 de julho do próximo ano. No entanto, um
parecer do Conselho Nacional de Educação, deu autonomia às escolas e às redes
de ensino para decidir o calendário.
Nas 12 cidades-sede, os
alunos serão liberados nos dias ou horários dos jogos do Brasil e os que
acontecerem no local. Nas demais, isso acontece apenas nos jogos do país.
Entre as escolas públicas, a
decisão ficou a cargo das secretarias de educação dos estados e das
prefeituras. "Todas as secretarias de educação discutiram democraticamente
o calendário escolar, com o objetivo de garantir que esse grande evento mundial
não impactasse negativamente no processo de ensino e de aprendizagem",
explica a presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e
secretária do Mato Grosso do Sul (MS), Maria Nilene Badeca da Costa.
Ela explica que nas escolas estaduais do MS, as
férias do meio do ano vão abranger parte do período da Copa, de 8 a 22 de julho. Não haverá
aula nos dias do jogo do Brasil e esses dias letivos serão repostos aos sábados
antes do início da Copa.
Em outros casos, como no
Distrito Federal, as aulas começarão mais cedo, na terça-feira (5). As escolas
públicas estarão em recesso durante todo o período da Copa. Pernambuco começa
as aulas junto com o DF, mas as férias vão de 11 de junho a 2 de julho. No Mato
Grosso, as aulas começam no dia 17 de março, o recesso vai de 27 de junho a 11
de julho e haverá reposição de aulas aos sábados. Os calendários podem ser
consultados nas páginas das secretarias de Educação.
Nas escolas públicas
municipais, os calendários também são variados. "Nos municípios temos
outra realidade, temos o ensino fundamental, as creches. São os pais que levam
as crianças", explica o membro da diretoria da da União Nacional dos
Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e Secretário de Educação de
Florianópolis, Rodolfo Joaquim Pinto da Luz. Não há um levantamento oficial dos
mais de 5 mil municípios brasileiros, mas ele acredita que a maioria das
cidades tenha optado por um calendário normal e que as grandes alterações
tenham sido feitas nas cidades-sede.
Com os calendários já
ajustados, a preocupação dos pais é como as escolas vão administrar os
conteúdos. "Vamos ter prejuízos se as escolas não souberem controlar a
questão de novos conteúdos e de provas", diz o presidente da a Associação
de Pais de Alunos das Instituições de Ensino (Aspa-DF), Luis Claudio Megiorin.
"A cabeça das crianças e dos adolescentes vai estar 100% voltada para os
jogos e não interessa se são ou não do Brasil. As escolas que optaram por dar
aulas, devem levar isso em consideração".
A presidente da Federação
Nacional das Escolas Particulares (Fenep), professora Amábile Pacios, diz que o
papel dos pais é fundamental para incentivar os estudantes e até mesmo para
impedir que eles faltem aula. "O aluno só vai faltar aula se o responsável
autorizar. A escola vai estar aberta e trabalhando". Ela acrescenta:
"A escola não vai fazer um calendário para prejudicar os alunos. Temos um
evento, temos que assumir isso e fazer de forma que se tenha o menor prejuízo
possível".
Além de ministrar ou não
aulas e os conteúdos anuais, na visão do professor de pós-graduação da
Universidade Católica de Brasília e da Faculdade de Educação da Universidade de
Brasília (UnB), Célio da Cunha, a Copa é um momento de aprendizagem. "Com
a presença de milhões de pessoas vindas de vários continentes e várias
culturas, é um extraordinário momento de aprendizagem intercultural”, diz.
"A escola poderia aproveitar esse momento e trabalhar didaticamente esse
evento, tanto em termos esportivos quanto das manifestações nas ruas. O que
queremos para o nosso país? É uma oportunidade inédita de levar essa reflexão
para a sala de aula".
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/
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