As autoridades de saúde da Colômbia confirmaram nesta sexta-feira a morte
de três pacientes que foram infectados com zika, em todos os casos após
apresentarem sintomas neurológicos da síndrome de Guillain-Barré (GBS), também
associada ao vírus.
"Confirmamos
e atribuímos ao zika, com o antecedente real de zika, três mortes (...) Neste
caso, as três mortes foram precedidas da síndrome de Guillain-Barrá",
disse Martha Lucia Ospina, diretora do Instituto Nacional de saúde (INS).
Dois dos mortos
são de Turbo (Antioquia, noroeste), perto da fronteira com o Panamá, e um da
ilha turística de San Andrés, no Caribe.
"Os casos
continuarão aparecendo porque (...) o mundo está conhecendo que o zika tem
risco de morte. Não muito alto, mas tem risco", afirmou a epidemiologista
em coletiva de imprensa.
Ospina, que
compareceu junto ao ministro da Saúde, Alejandro Gaviria, disse que há outras
seis mortes em avaliação.
Gaviria enfatizou
a "preocupação" da Colômbia com o risco de morte trazido pelo zika em
casos vinculados a Guillain-Barré, uma afecção na qual o sistema imune ataca o
sistema nervoso e pode produzir paralisias.
"O
Guillain-Barré é uma grande preocupação que temos hoje, tento por temas de
mortalidade como por temas de congestão de UCIs (unidades de cuidados
intensivos)", afirmou.
Segundo o último
boletim epidemiológico do INS colombiano, até a terceira semana de janeiro
havia 20.297 casos de zika registrados no país, 2.116 de deles em grávidas.
Os especialistas
suspeitam que há um vínculo entre o zika e um aumento de casos de SGB, assim
como de microcefalia nos fetos, mas ainda não há uma relação de causa e efeito
cientificamente comprovada entre o vírus e essas condições.
Na segunda-feira,
Gaviria disse que neurologistas disseram que passaram anos sem ver um caso de
síndrome de Guillain-Barré e agora veem "três em um único dia".
Atualmente, disse, há 15 pacientes desta doença em hospitais em Cucuta
(nordeste), na fronteira com a Venezuela, e três em Ibagüé (centro-oeste).
"Há uma
sobreposição suficiente no espaço e no tempo para dizer que aqui há claramente
uma associação", explicou.
A Colômbia, que na
semana passada declarou alerta verde hospitalar para se preparar para a
"fase expansiva" do zika, não pretende suspendê-lo por ora.
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