Antes tabu nas escolas, o bullying ganha cada vez mais espaço como tema de aula. Colégios apostam em estratégias diversas - de cartilhas a teatros - para prevenir e combater esse tipo de violência. Uma lei federal, que começa a vigorar nesta semana, vai obrigar toda as escolas a ter ações contra o bullying.
Além dos estabelecimentos de
ensino, a nova regra vale para clubes e agremiações recreativas. Pais e
professores também devem ser orientados sobre bullying - quando há perseguição
sistemática, física ou psicológica, presencial ou virtual. Outra previsão é dar
assistência psicológica e jurídica às vítimas e aos agressores.
Na maioria das escolas, as
ações mais intensas são no ensino fundamental 2 (6º ao 9º anos), quando os
alunos começam a adolescência.
A versão online da violência
é a que mais preocupa educadores. "Na rede social, eles se sentem protegidos,
anônimos", diz Jorge Farias, professor de Tecnologia.
Nem todas as escolas
conseguem identificar e resolver os casos de bullying. A enfermeira Geisa
Araújo, de 44 anos, tirou o filho de um colégio particular por causa da
inabilidade da diretoria para tratar do problema.
Após uma cirurgia cerebral, o
filho de Geisa, hoje com 10 anos, ficou mais lento e com excesso de peso.
"Os colegas chamavam de 'gordo nojento’ e isolavam", conta. "No
início, não acreditei nele. Só vi de fato quando passei a levá-lo todos os dias
para a aula. Ele chorava, não queria ir para a escola."
Revoltada com a omissão do
colégio, que minimizou o caso, buscou outra escola, pública. "Eu me senti
desamparada", reclama. "Até hoje, não desgruda de mim para
nada."
A técnica de informática
Letícia (nome fictício), de 40 anos, também reprovou a postura do colégio
público onde o filho, de 14, estuda. "Em redações da escola, ele falava
que sofria bullying e cortava os braços. Levei à escola e disseram que não
podiam fazer nada", diz.
Segundo Marta Angélica Iossi,
especialista em saúde escolar, é importante que as escolas deem voz às crianças
e adolescentes. "Muitos adultos encaram o bullying como natural da idade.
Mas, quando causa sofrimento, não é."
Outra preocupação deve ser
com o agressor. "Ele não deve ser punido, também precisa de ajuda. A
maioria dos programas só olha a vítima", aponta ela, da Universidade de
São Paulo (USP) em Ribeirão Preto.
Para a psicopedagoga
Maria Irene Maluf, é difícil lidar com os pais. "Muitos não veem a
situação com clareza. Devem ser tratados ao lado da criança."
Fonte: http://novojornal.jor.br/
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