SOS CANGUARETAMA

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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Bullying se torna debate obrigatório nas escolas do País


Antes tabu nas escolas, o bullying ganha cada vez mais espaço como tema de aula. Colégios apostam em estratégias diversas - de cartilhas a teatros - para prevenir e combater esse tipo de violência. Uma lei federal, que começa a vigorar nesta semana, vai obrigar toda as escolas a ter ações contra o bullying.

Além dos estabelecimentos de ensino, a nova regra vale para clubes e agremiações recreativas. Pais e professores também devem ser orientados sobre bullying - quando há perseguição sistemática, física ou psicológica, presencial ou virtual. Outra previsão é dar assistência psicológica e jurídica às vítimas e aos agressores. 
Na maioria das escolas, as ações mais intensas são no ensino fundamental 2 (6º ao 9º anos), quando os alunos começam a adolescência. 
A versão online da violência é a que mais preocupa educadores. "Na rede social, eles se sentem protegidos, anônimos", diz Jorge Farias, professor de Tecnologia.  
Nem todas as escolas conseguem identificar e resolver os casos de bullying. A enfermeira Geisa Araújo, de 44 anos, tirou o filho de um colégio particular por causa da inabilidade da diretoria para tratar do problema. 
Após uma cirurgia cerebral, o filho de Geisa, hoje com 10 anos, ficou mais lento e com excesso de peso. "Os colegas chamavam de 'gordo nojento’ e isolavam", conta. "No início, não acreditei nele. Só vi de fato quando passei a levá-lo todos os dias para a aula. Ele chorava, não queria ir para a escola."
Revoltada com a omissão do colégio, que minimizou o caso, buscou outra escola, pública. "Eu me senti desamparada", reclama. "Até hoje, não desgruda de mim para nada."
A técnica de informática Letícia (nome fictício), de 40 anos, também reprovou a postura do colégio público onde o filho, de 14, estuda. "Em redações da escola, ele falava que sofria bullying e cortava os braços. Levei à escola e disseram que não podiam fazer nada", diz.  
Segundo Marta Angélica Iossi, especialista em saúde escolar, é importante que as escolas deem voz às crianças e adolescentes. "Muitos adultos encaram o bullying como natural da idade. Mas, quando causa sofrimento, não é." 
 Outra preocupação deve ser com o agressor. "Ele não deve ser punido, também precisa de ajuda. A maioria dos programas só olha a vítima", aponta ela, da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto. 
 Para a psicopedagoga Maria Irene Maluf, é difícil lidar com os pais. "Muitos não veem a situação com clareza. Devem ser tratados ao lado da criança."

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