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Contra
gripe, pai-nosso de mão dada é vetado durante missas
O receio de transmissão da gripe H1N1
levou dioceses do interior paulista a mudar rituais na liturgia católica.
Enquanto o frio
persistir, o clero manterá suspenso o abraço da paz de Cristo, a oração do
pai-nosso feita de mãos dadas e a entrega da hóstia na boca em algumas cidades
como Aparecida, Taubaté e Franca. Em São Paulo, as medidas não foram adotadas
pela igreja.
O Estado concentra 90% das mortes por
H1N1 do país --55 dos 61 óbitos. O vírus é transmitido pela saliva e secreções
e se propaga com mais facilidade no frio.
No Santuário Nacional de Aparecida, que
recebe até 200 mil romeiros por final de semana, as orientações são dadas antes
das missas e passaram a ser adotadas no dia 21.
"O santuário
é um pouco mais abafado e recebe gente do Brasil todo, inclusive de locais com
ocorrência mais frequente de H1N1", disse o prefeito do santuário, João
Batista de Viveiros.
A maior
preocupação, porém, é a entrega da hóstia na boca. Evitar o contato da mão do
padre com a saliva de várias pessoas é prioridade.
Apesar da
aceitação das regras, Viveiros conta que já houve o caso de uma religiosa que
expôs um vídeo na internet em protesto.
Em Taubaté, também no vale do Paraíba,
até o ofertório --quando o pão e o vinho são levados em procissão ao altar--,
foi suspenso. A cidade confirmou nesta semana a quarta morte por H1N1.
Na diocese da
cidade, o monsenhor Irineu Batista da Silva disse que agora o ofertório fica no
altar. Os folhetos que auxiliam os fiéis a acompanhar as diversas missas do dia
foram suspensos.
Em Franca, que
confirmou o primeiro caso de H1N1 na última terça-feira, a mudança divide
fiéis. Andréa Randi Nascimento concorda com as regras. "O que sinto pelo
próximo é de coração e não precisa do gesto", afirmou.
A aposentada
Maria Antonio Bahia, 67, discorda. "Quando se tem fé, nenhuma enfermidade
te pega."
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br
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