Imagem ilustrativa
Proposta
que altera atual lei antidrogas deve ser votada esta semana na Câmara
Brasília -
Proposta que altera a atual lei antidrogas deve ser votada nesta semana pela
Câmara dos Deputados. Entre as mudanças na legislação estão o aumento da pena
para o tráfico, a possibilidade de internação involuntária de usuários a pedido
da família e a isenção fiscal às empresas que derem emprego a dependentes
químicos em recuperação. A proposta também obriga as empresas a ofertarem vagas
para ex-usuários em todos os contratos fechados com recursos públicos.
O texto prevê a
responsabilização administrativa dos três níveis de governo: o municipal fará a
prevenção; o estadual, o atendimento e a repressão e o federal, as ações de
atendimento e repressão de maior complexidade. Também fazem parte das mudanças,
a criação do Sistema Nacional de Avaliação e Monitoramento e maior taxação de cigarros
e bebidas para auxiliar no financiamento.
O projeto está
pronto para ser votado pelo plenário, mas ainda não há consenso sobre diversos
pontos, principalmente em relação à internação compulsória de usuários. Amanhã
(17), o presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), reúne-se
com os líderes partidários para tratar da votação da matéria.
De autoria do
deputado Osmar Terra (PMDB-RS), ex-secretário de Saúde do Rio Grande do Sul, a
proposta foi analisada, conjuntamente com outras proposições semelhantes, por
comissão especial que realizou 30 audiências públicas para discutir o tema. O
texto aprovado pelo colegiado é um substitutivo, de autoria do deputado Givaldo
Carimbão (PSB-AL), que engloba sugestões dos vários projetos e de propostas
colhidas nos debates.
Pelo texto, 33
pontos no Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad) serão
modificados. Além da possibilidade da internação compulsória, a proposta
permite a inclusão das comunidades terapêuticas no atendimento público dos
usuários e a abertura de vagas em escolas técnicas para dependentes em
recuperação.
As comunidades
terapêuticas são centros de recuperação de usuários criadas pela sociedade
civil para suprir a carência de vagas para tratamento na rede pública ou conveniada.
Atualmente, elas não recebem recursos públicos. Com a medida, essas entidades
poderão ser financiadas pelo Estado, desde que se subordinem às regras de
qualificação e gestão do Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo Osmar
Terra, o projeto não se limita ao combate às chamadas “cracolândias”, mas ao
resgate pleno do paciente. “O objetivo é desintoxicar. A pessoa vive na rua,
come resto de lixo, vendeu tudo o que tem em casa, não trabalha, estuda, ou
cuida da família, não tem capacidade de discernir o que é bom para ela e
precisa da ajuda da família. Hoje, só é internada se quiser, pois a lei atual é
restritiva. E nós colocamos que pode ser internada mesmo contra a vontade, se a
família pedir e o médico determinar”, argumentou Terra.
Fonte: Agencia Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário