O ministro da Saúde, Marcelo Castro, cometeu mais uma gafe nesta quarta-feira, 13, ao afirmar, em tom de brincadeira, que torceria para que mulheres se contaminem pelo zika antes da idade fértil. O comentário foi feito quando Castro falava sobre os projetos de desenvolvimento de vacina contra o vírus, que chegou ao Brasil no ano passado, já circula em 20 Estados e está relacionado ao surto de nascimento de bebês com microcefalia.
O ministro disse que o
imunizante, uma vez desenvolvido, seria fornecido para parte da população
considerada mais suscetível. “Não vamos dar vacina para 200 milhões de
brasileiros. Mas para pessoas em período fértil. E vamos torcer para que
mulheres antes de entrar no período fértil peguem a zika, para elas ficarem
imunizadas pelo próprio mosquito. Aí não precisa da vacina”, disse.
Três laboratórios públicos se
preparam para iniciar projetos para desenvolvimento de vacinas que protejam
contra o zika. Castro, afirmou que Evandro Chagas, Biomanguinhos e Instituto
Butantã já começam a se articular para, em colaboração com outros centros de
pesquisa internacionais, iniciar as pesquisas.
“O projeto é a longo prazo. Não
teremos nenhuma resposta antes de, pelo menos, dois anos”, afirmou. A ideia é
que cada centro siga uma linha de pesquisa em colaboração com institutos internacionais.
“Não será um rede de laboratórios brasileiros. Cada um investirá no
desenvolvimento de uma estratégia específica”, contou o ministro. Dessa
maneira, avalia, aumentam as chances de se encontrar mais rapidamente uma
alternativa eficaz para o combate ao vírus.
Nesta sexta-feira, 15, Castro
deverá visitar o Instituto Butantã para discutir as propostas. Sábado, será a
vez de Biomanguinhos. Com o Instituto Evandro Chagas, as negociações estão mais
adiantadas. “Queremos definir estratégia rapidamente. Cada mês perdido pode
representar meses a mais sem uma arma eficaz de combate ao problema”, disse.
O ministro afirmou que os
Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) estão entre os cotados
para parceria de desenvolvimento de projeto contra o zika. “Acreditamos que
essa vacina seja mais fácil de ser preparada do que a da dengue, porque envolve
apenas um vírus, não quatro subtipos, como ocorre com a dengue”, comentou
Castro.
O ministro garantiu que não
faltarão recursos para o desenvolvimento de projetos nesta área. De acordo com
ele, a verba necessária não é “exorbitante”. “Mais caro será depois da vacina
produzida, você distribuir. No caso da zika, a gente tem uma facilidade que é
um público alvo”, completou.
Fonte: http://www.opotiguar.com.br/
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