Senador mantém o salário e os benefícios previstos para o cargo; secretaria da casa decidiu não descontar as ausências em sessões deliberativas
Preso
desde o dia 25 de novembro do ano passado pela acusação de tentativa de
obstrução das investigações da Operação Lava Jato, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) manteve nos quase dois meses
que se passaram o seu gabinete em funcionamento e continua sendo contemplado
com auxílio moradia de 5.500 reais.
Como não teve o mandato cassado,
Delcídio segue como senador, com todos os seus direitos, salário e benefícios.
Ele mantém todo o aparato de seu gabinete, no 25º andar do Senado. Funcionários
por ele contratados cumprem o horário, mas basicamente só respondem e-mails,
correspondências e atendem telefonemas.
Quando
um senador em exercício falta a uma sessão deliberativa - aquela em que são
votados projetos -, seu salário é descontado em aproximadamente 1.200 reais.
Como a prisão de um senador é inédita, a Secretaria-Geral da Mesa do Senado
decidiu adotar a interpretação que ele está licenciado do cargo, como se
estivesse afastado por uma questão de saúde. O entendimento, portanto, é o de
que Delcídio não comparece às sessões mais importantes porque está impedido.
Dezembro foi um mês intenso no Senado,
com votações decisivas para a pauta orçamentária. No gabinete de Delcídio,
entretanto, a atividade legislativa perdeu a força. Elaborar e analisar
processos já não era mais necessário. Uma funcionária assumiu o posto do chefe
de gabinete, Diogo Ferreira, que também foi preso junto com o chefe.
A ausência do líder do governo está
refletida nas contas do gabinete. Em dezembro, apenas um gasto foi registrado.
Um valor de 57 reais em correio expresso. Até mesmo o escritório de apoio que
Delcídio mantinha no Mato Grosso do Sul foi fechado. Nenhuma aquisição de
material de escritório ou para consumo foi registrada.
Fonte: http://veja.abril.com.br/
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