A presidente Dilma Rousseff negou nesta quarta (27), no Equador, que o Brasil esteja perdendo a batalha no combate ao mosquito transmissor de zika, dengue e chikungunya.
A declaração veio em resposta à fala
do ministro da Saúde, Marcelo Castro, que, na última segunda (25), disse que o
país vem perdendo “feio” para o mosquito Aedes aegypti.
“Não, a batalha não está perdida, não.
Isso não é o que ele está pensando nem o que ele disse”, afirmou a presidente
ao deixar a IV Cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e
Caribenhos), em Mitad del Mundo, nos arredores de Quito.
“O que ele disse é, se nós todos não
nos unirmos e se a população não participar, nós perdemos essa guerra”, disse,
interpretando a frase do ministro.
As últimas declarações de Castro
geraram desconforto no Planalto –o que Dilma também negou, dizendo estar
“bastante” satisfeita com o ministro.
“Inclusive se ele fizer uma exposição
para vocês, ele domina bastante bem o assunto”, afirmou, completando que o
ministro tem feito “todos os contatos” para que haja uma cooperação com laboratórios
no exterior para o desenvolvimento da vacina contra o vírus zika.
COOPERAÇÃO REGIONAL
Dilma disse ter proposto aos 33 países
da Celac uma ação de cooperação no combate ao vírus zika. Segundo ela, o bloco
já concordou em organizar uma reunião com os ministros de Saúde para debater o
tema.
A presidente anunciou ainda que os
ministros da Saúde do Mercosul se reunirão para tratar do combate ao vírus zika
na próxima semana em Montevidéu. Dilma disse, inclusive, que considera
participar pessoalmente do encontro por causa da importância do tema. Os países
da Celac também foram convidados para a reunião no Uruguai.
“A maioria dos países [do Mercosul]
está adotando um modelo similar ao nosso, com utilização das Forças Armadas
como um dos vetores de organização do combate para a erradicação física dos
criadouros”, disse.
Sobre a articulação com a Celac, Dilma
lembrou que vários países da região têm grande experiência no combate à dengue.
“O que eu propus é que nós nos
uníssemos em torno desse combate. Vamos todos fazer um esforço, vamos cooperar
também na área de pesquisa científica e tecnológica, mas sabemos que a única
forma de cooperar agora é difundirmos entre nós as melhores práticas de combate
ao vírus ou as melhores tecnologias”, disse.
No plano nacional, a presidente
anunciou que o governo federal fará um “Dia da Faxina”, para eliminar os focos
de reprodução do mosquito, “antes de junho”.
Dilma reafirmou que o Brasil
desenvolverá a vacina contra
o zika, mas que isso levará tempo.
“Entre o momento em que você tiver a
vacina e hoje, só tem um jeito de a gente combater [o zika]: é a população
ajudar também. Todo mundo vai ter de entrar nessa guerra, porque senão você
perde ela.”
Fonte: O Potiguar
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