O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o novo ministro da Justiça, Wellington César Lima e Silva, terá que deixar o cargo. Dez dos 11 ministros consideraram inconstitucional um membro do Ministério Público assumir uma função no poder Executivo.
Wellington César, que é
procurador no Estado da Bahia, tomou posse na semana passada. Pela decisão do
Supremo, ele terá 20 dias para deixar o cargo. O mesmo entendimento se aplica
para integrantes de MPs que estejam em secretarias estaduais e municipais.
O procurador foi
indicado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner. O Palácio do
Planalto já estava esperando por essa decisão e a presidente Dilma Rousseff
terá, agora, que escolher um novo substituto para José Eduardo Cardozo, que foi
para Advocacia-Geral da União.
Em seu voto, o
presidente do STF, Ricardo Lewandowski, afirmou que essa não era uma decisão
contra o novo ministro da Justiça ou uma contestação à escolha de Dilma, mas
sim um ato para regularizar a situação dos membros do Ministério Público. Ele
lembrou que Wellington César poderá continuar à frente da pasta caso decida
abandonar o cargo de procurador, que é vitalício. "Eu entendo que essa não
é uma decisão fácil", afirmou.
Relator do caso, o
ministro Gilmar Medes afirmou que, ao atuar no governo, um membro do MP passa a
ser subordinado ao chefe do Executivo, o que é contra a independência do órgão.
Mendes também fez críticas duras ao Conselho Nacional do Ministério Público
(CNMP). Para ele, a norma do conselho que permitiu casos como esse "é um
verdadeiro estupro constitucional".
O ministro Luiz Roberto
Barroso teve um entendimento parecido. "Quem exerce função de Estado não
pode exercer de governo. Função de Estado exige distanciamento crítico e
imparcialidade. Função de governo exige lealdade e engajamento",
defendeu.
O único ministro que divergiu
desse entendimento foi Marco Aurélio Mello, com a tese de que a saída do
ministro do cargo, neste momento, agravaria a crise política "já sem
precedentes" no País.
Em sua estreia na
tribuna do STF como advogado-geral da União, Cardozo negou que houvesse
ilegalidade na permanência de Wellington César no cargo. A ação que motivou a
decisão do Supremo foi movida pelo PPS, partido que faz oposição ao governo da
presidente Dilma.
Fonte: http://novojornal.jor.br/
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