Sobe para 6.158 o número de
casos registrados de microcefalia no País. O número é 4,2% maior do que o
apresentado no boletim anterior, divulgado na semana passada, quando 5.909
pacientes foram contabilizados. Do total de registros, 1.182 foram descartados
e 745 confirmados para microcefalia e outras alterações no sistema
nervoso.
Os casos foram
confirmados em 282 municípios, número maior do que na semana passada, quando
registros estavam concentrados em 250 cidades. Os números apresentados na tarde
desta quarta-feira, 9, pelo governo obedecem novos critérios para microcefalia.
Os parâmetros ficaram mais restritos. A partir de agora, para meninos, são considerados
suspeitos bebês que apresentem perímetro igual ou inferior a 31,9 centímetros.
Para meninas, é classificado como caso suspeito perímetro cefálico igual ou
inferior a 31,5 centímetro. A mudança segue recomendação anunciada pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) e tem como objetivo padronizar as
referências em todos os países.
"A mudança é
bastante sutil. Queremos o máximo de precisão, sem causar preocupação
desnecessária para famílias e sem deixar escapar pacientes", afirmou o
diretor do departamento de doenças transmissíveis do Ministério da Saúde,
Cláudio Maierovitch. Os novos critérios valem para bebês nascidos depois de 37
semanas ou mais de gestação. As medidas devem ser tomadas após as primeiras 24
horas de nascimento ou até a primeira semana de vida do bebê. No caso de bebês
prematuros, os critérios também foram alterados. A curva de Fenton, usada até a
semana passada, foi substituída pela tabela InterGrowth.
"Não existem
parâmetros perfeitos. Sempre haverá um caso de bebê que tenha perímetro
cefálico inferior ao agora recomendados que não tenha microcefalia e bebês com
medidas superiores as que agora estão sendo adotadas, mas que apresentam
problemas", completou Maierovitch.
A nova recomendação é
fruto de discussões feitas por especialistas de várias partes do mundo e tem
como objetivo evitar ao máximo falsos positivos ou falsos negativos para
microcefalia. "Na prática, mais crianças corretamente identificadas que
entrarão na lista de suspeitos. Um numero mais significativo de crianças normais
ficará de fora dos registros", avaliou.
As mudanças já haviam
sido anunciadas mas este foi o primeiro boletim em que parâmetros passaram a
ser adotados. Além de já anunciada, a alteração não é inédita. Quando o aumento
de casos de microcefalia foi registrado no País, em novembro, o governo adotava
como critério para definição de caso suspeito de microcefalia bebês com
perímetro cefálico inferior a 33 centímetros. Em dezembro, esse índice foi
reduzido para 32. "Não pretendemos fazer uma nova alteração tão
cedo", disse Maierovitch.
As mudanças na definição
não alteram os boletins divulgados até agora. Para critérios de investigação,
continuam sendo avaliados todos os pacientes que, na época do registro, se
encaixavam no padrão adotado no período. "Existem crianças com 33
centímetros que continuam sendo acompanhadas", afirmou o secretário de
Vigilância em Saúde, Antonio Carlos Nardi.
O ministro da Saúde,
Marcelo Castro, que acompanhava a apresentação do boletim, falou sobre as
recomendações feitas nesta terça pela Organização Mundial de Saúde para que
gestantes evitem viajar para áreas onde transmissão confirmada sustentada de
zika. "Achamos prudente as decisões que a OMS está tomando. Elas vêm
dentro da linha das ações adotadas pelo ministério", disse o
ministro.
Castro, no entanto,
descartou a possibilidade de a pasta fazer recomendações expressas para que
gestantes brasileiras evitem viajar para áreas onde a epidemia de zika é mais
intensa. "O Brasil é endêmico. Não vamos dizer para que pessoas de
determinada região não se desloquem para outras áreas. Nossa recomendação é de
que elas tomem precauções", completou.
Castro disse considerar
"novidade" a recomendação feita pela OMS para que mulheres façam uso
de preservativo com parceiros procedentes de áreas em que o zika esteja
circulando. "Relatos de transmissão sexual do vírus estão aumentando. Mas
nossa recomendação sempre foi para que gestantes usassem preservativos",
completou.
Maierovitch afirmou não
haver divergências entre recomendações feitas pelo Brasil e OMS. "Estamos
todos desafiados pelos mesmos problemas. Não há qualquer diferença nesse
tratamento. Nossa responsabilidade é fazer recomendações para brasileiros e a
OMS, para pessoas de todos os países."
Fonte: http://novojornal.jor.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário