A proliferação do mosquito Aedes aegypti deixou de ser uma ameaça sanitária apenas para os humanos, o inseto é também uma preocupação para animais domésticos. O vetor de enfermidades como dengue, zika e chikungunya pode causar a zoonose dirofilariose, conhecida popularmente como “verme do coração”.
A doença tem como
principal hospedeiro o cão, mas outros animais também podem alojá-lo, como é o
caso dos gatos e das raposas. Os humanos também podem ser acometidos pela
patologia e apresentam outras especificidades.
Após o pet ser picado pelo
mosquito, as larvas evoluem para parasitas adultos, localizando-se
principalmente em artérias pulmonares e, em casos mais graves, no coração
explica a médica veterinária e professora, Mayra Lima, da Universidade
Potiguar. Já alojado, o parasita pode atingir até 20 centímetros de
comprimento.
“Ao picar o animal esse
parasita vai chegar a corrente sanguínea e vai se instalar principalmente no
pulmão e coração para logo morrerem no próprio hospedeiro”, conta. Ainda
segundo ela, a partir daí começa a desencadear a doença. “Como ele fica
acumulado na região, ele vai causar vários edemas no local”, contou.
Os animais podem
apresentar quadros de insuficiência respiratória, tosses e até uma parada
cardiorrespiratória. Outros sinais clínicos mais comuns observados são tosse e
intolerância ao exercício com episódios de cansaço, dispneia e ruídos
cardíacos. Entretanto, o bichinho também pode viver a vida inteira com o
parasita e não demonstrar os sintomas, bem como pode registrar um agravamento
do quadro e vir a óbito.
Por ser facilmente cofundida
com outras enfermidades, os proprietários devem ficar atentos à dirofilariose.
“Por exemplo, pode ser confundido com obesidade, mas o que as pessoas não
atentam é que as duas doenças podem estar associadas, por isso é importante
procurar um especialista assim que perceber algo errado com o animal”,
ressaltou a veterinária.
Muito presente em
regiões litorâneas, como é o caso de Natal e cidades próximas, a especialista
alerta para os cuidados com os animais. “A gente pede que os proprietários
evitem levar seus pets a locais como as praias já, que somos uma região
endêmica”, pontua.
A advogada Virgínia
Campos, proprietária do Schnauzer Sheriff, de dois anos, não dispensa a
companhia do bichinho durante os momentos de folga na praia, mas também não
deixar de tomar cuidado para protegê-lo. “Quando estamos na casa de praia
sempre que dá a hora critica de concentração de mosquitos, eu o botava para
dentro de casa”.
Segundo Lima, esse
período de pós-veraneio é o que registra o maior número de casos. Por isso,
quando o bichinho chega apresentando sintomas característicos da zoonose logo a
primeira desconfiança é pela dirofilariose. Nesse caso é feita uma busca de
todo um histórico do paciente para saber por onde ele passou e fechar um
diagnóstico e iniciar o tratamento que normalmente é feito a base de um
vermífugo.
PREVENÇÃO
A prevenção é a única
arma contra a doença causada pelo mosquito Aedes aegypti. A precaução não é
muito diferentes do que as pessoas estão habituadas a fazer no combate a
dengue, zika e chikungunya. Uma dica é evitar expor o animal em regiões
costeiras já que o mosquito se beneficia com o clima. Também é fundamental o
combater os focos de acúmulo de água que se tornam locais propícios para a
criação do mosquito transmissor da doença. Para isso, é importante não permitir
que água parada fique acumulda em recipientes, como embalagens, copos
plásticos, pneus, vasos de plantas e lixeiras, entre outros.
Além disso, é importante
escovar as paredes internas de recipientes que acumulam água; manter totalmente
fechadas cisternas, caixas d’água e reservatórios provisórios tais como
tambores e barris; guardar pneus em locais protegidos das chuvas; bem como
latas e garrafas emborcadas para não reter água; mão cultivar plantas aquáticas
e limpar periodicamente, calhas de telhados, marquises e rebaixos de banheiros
e cozinhas, não permitindo o acúmulo de água.
A doença é considerada
silenciosa, pois dificilmente o animal demonstrará sinais clínicos após a
picada. “Há estudos que afirmam que até 85% dos cães contaminados não
apresentam sintomas até o estágio avançado da doença, ou seja, pode conviver
com o verme durante anos sem apresentar qualquer sinal”, alerta Rodrigo
Monteiro, professor do curso de Medicina Veterinária da Universidade Anhanguera
de São Paulo.
Quando o verme atinge a
idade adulta ele provoca nos cães dificuldade de respirar, cansaço, tosse e
perda de peso, sintomas de insuficiência cardíaca, podendo levar a morte.
“Assim que os sintomas forem observados é preciso buscar ajuda de um Médico
Veterinário, que pedirá exames laboratoriais e de imagem para identificar o
verme”, ressalta o veterinário.
Serviço:
O que é Dirofilariose?
A dirofilariose é
causada pelo filarídio Dirofilaria immitis. O verme ataca preferencialmente
cães, mas também gatos. Esta enfermidade é muito comum em cidades litorâneas e
de clima quente. A enfermidade transmitida por mosquitos fêmeas do gênero Aedes
Aegypti. Os sintomas da doença variam, sendo que devido aos problemas causados
no coração, mesmo após o tratamento, alguns animais ainda podem apresentar
quadros mais severos. Os sintomas começam a aparecer entre quatro a seis meses
após o contato com o mosquito.
O animal, de forma
geral, apresenta cansaço fácil, falta de resistência a exercícios, tosse
crônica, apatia, respiração ofegante, perda de peso e acúmulo de líquidos no
abdômen, além de problemas renais e hepáticos. Por outro lado, alguns cães
podem conviver com o verme durante anos sem apresentar qualquer sinal. No
entanto, quando os sintomas começarem a aparecer, a doença já estará bem mais
avançada. As dirofilárias adultas podem medir entre 15 a 35 cm e vivem,
principalmente, dentro das artérias pulmonares e do coração do cão. Em cães, os
vermes adultos podem obstruir vasos grandes sanguíneos que ligam o coração aos
pulmões. Os vermes também podem entrar nos vasos menores nos pulmões e os
obstruírem. Em casos mais graves, chamados de “síndroma caval”, os vermes
enchem o ventrículo direito do coração.
Fonte:
http://novojornal.jor.br/
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