Para comprar MTV,
Igreja Mundial pede para fiéis fingirem doença.
Em carta encontrada em uma sala do templo da
Avenida João Dias, na zona sul de São Paulo, a Igreja Mundial do Poder de Deus
pede a fiéis para se "passarem por enfermos curados, ex-drogados e
aleijados" e assim "conseguir convencer mais pessoas a contribuírem
financeiramente para a aquisição do canal 32".
O canal 32 é uma
concessão do Grupo Abril, usada até 30 de setembro para transmitir a
programação da MTV Brasil em sinal aberto. Estaria à venda por R$ 500 milhões.
A carta, reproduzida
abaixo, chama a atenção pelo "pragmatismo". Os interessados não
precisam comprovar que tiveram alguma doença. Necessitam apenas ter
disponibilidade para viajar "para dar seu testemunho de consagração e
vitória". Recompensa-se o esforço com "uma ajuda de custo".
A carta tem um espaço
em branco para o preenchimento do nome do bispo local, mas diz que se trata de
um "pedido feito diretamente pelo apóstolo Valdemiro Santiago a todos os
seus fiéis". Pede-se a destruição da carta após sua leitura.
A carta obtida pelo Notícias da TV é uma impressão simples, embora
colorida. Havia algumas dezenas delas na sala em que foram encontradas.
A Igreja Mundial do
Poder de Deus passa por grave crise financeira. Devendo entre R$ 13 milhões e
R$ 21 milhões para o Grupo Bandeirantes, perdeu a locação de 23 horas diárias
da Rede 21 e de três horas diárias nas madrugadas da Band. O espaço será
ocupado justamente por sua principal rival, a Igreja Universal do Reino de
Deus, de Edir Macedo.
Ontem, em culto
transmitido pela TV, o apóstolo Santiago praticamente se
despediu da Rede 21 e convocou seus fiéis da Grande São Paulo a segui-lo pelo
canal 25, de cobertura muito fraca.
A igreja vem fazendo
intensa campanha para viabilizar seu projeto de televisão. Pede "ofertas
de R$ 100,00" durante a transmissão de cultos.
O Notícias
da TV tentou
durante duas semanas uma entrevista com alguma autoridade da Igreja Mundial. Na
semana passada, a igreja se limitou a informar que o bispo Jorge Pinheiro,
segundo na hierarquia interna, declarou que "a informação não
procede".
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